O Comitê de Política Monetário (Copom) do Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (16) o resumo da última reunião do ano, na qual manteve a manutenção do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) em 15% – patamar que representa o maior nível de juros básicos em quase 20 anos. A medida torna o crédito ao consumidor e às empresas mais caro.

No relatório, o Copom justificou a taxa afirmando que o cenário atual exige cautela e que a estratégia de prolongar os juros elevados “é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta.” Ainda no texto, o comitê destacou que o ambiente é marcado por incertezas e não pontuou quando poderá iniciar um ciclo de cortes e redução, veja:

“O comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, diz o comunicado.

Nos últimos 12 meses, o índice acumula 4,46%, retorno ao teto da meta contínua de inflação estabelecida pelo novo sistema vigente desde janeiro de 2025. Vale destacar que os juros elevados são um mecanismo usado pelo BC para conter a atividade econômica. Porém, segundo especialistas, a medida pode desacelerar o crescimento econômico.

No último relatório divulgado pelo BC, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2%, no ano anterior a expectativa era 2,1%. Entretanto, o mercado mantem a estimativa em 2,5%, conforme Boletim Focus.