Banco central - (crédito: Reprodução/Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O Banco Central (BC) estuda implementar um novo modelo de crédito imobiliário, que poderá ser testado em 2026 e, se aprovado, entrará em vigor a partir de 2027. A informação foi dada pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

De acordo com Correia, a proposta em análise prevê a utilização de parte dos depósitos da caderneta de poupança que hoje ficam parados como compulsório – atualmente 20% do total. A ideia é permitir que uma fatia desses recursos seja direcionada para novos financiamentos, aumentando a oferta de crédito habitacional.

“Eles disseram que topam fazer o teste, o que está aderente ao nosso pleito”, afirmou o presidente da CBIC. Segundo ele, ainda não há definição sobre o percentual, que pode variar entre 1% e 5%.

Regras atuais e mudanças em estudo

Atualmente, as normas determinam que 65% dos depósitos da poupança sejam destinados ao crédito imobiliário, 20% permaneçam retidos como compulsório e 15% fiquem livres para utilização dos bancos. Com o novo modelo, cada real aplicado em habitação daria ao banco o direito de movimentar um valor equivalente de forma livre, em outras modalidades de crédito, como financiamento de veículos ou crédito consignado.

Pedido de atualização do teto do SFH

Outro ponto debatido pelo setor com o BC foi a atualização do teto de imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O limite atual de R$ 1,5 milhão está em vigor desde 2018. Empresários pedem que o valor seja reajustado para algo entre R$ 2,1 milhões e R$ 2,4 milhões, dependendo do índice de correção utilizado.

“Entendemos que seria válido corrigir esse valor que está valendo desde 2018. Esse foi um pedido do setor”, disse Correia ao Estadão. Se aprovada, a mudança ampliaria o acesso a financiamentos com juros mais baixos, típicos do SFH, para imóveis de maior valor.

O tema segue em análise pelo Banco Central, mas ainda não há definição oficial sobre prazos ou regras definitivas para a implementação das medidas.