Na era digital, quem não se atualiza acaba ficando para trás, isso também vale para o mercado imobiliário, em que a credibilidade e identificação do cliente com o corretor acabam sendo fundamentais. Nesse sentido, alguns profissionais que apostaram nas redes sociais desde o começo acabaram crescendo, não somente nas vendas, mas também na internet, se tornando autoridades no assunto.

No mercado imobiliário há cerca de dois anos e meio, a corretora Manuela Dalé é um exemplo de quem viu nas redes sociais a oportunidade para “criar seu nome”. Vinda do Rio Grande do Sul, chegou a Goiânia sem conhecer ninguém e, desde então, tem a comunicação digital como principal fonte de prospecção de clientes.





“Eu entendi que realmente eu precisava, gostando ou não, começar a fazer conteúdo nas redes sociais, na internet. Porque eu entendi que essa seria a forma mais eficiente de eu atingir muitas pessoas em menos tempo. Então foi assim que eu comecei a gravar vídeo”, contou Manuela à AutImob.

Com o tempo, a rede social se tornou uma ferramenta de trabalho, uma forma de atrair o público e gerar vendas. “Logo no início eu já comecei a focar muito nessa questão da rede social, hoje a rede social e o tráfego pago são o meu maior canal de prospecção de clientes. Não sou uma pessoa que vende para relacionamento, porque o relacionamento que eu tenho aqui em Goiânia é praticamente no mercado imobiliário, mas o tráfego pago é a minha maior ferramenta de trabalho, de prospecção, e a rede social, por consequência”, detalha a corretora.

Também pensando no poder das redes sociais como fator propulsor, o corretor Franklin Carvalho seguiu o mesmo caminho que Manuela. Já vindo da interação com um potencial público-alvo, estudou os mecanismos de criação de conteúdo para ampliar sua rede de contatos. “Entrei no mercado imobiliário já focado no alto padrão, porque eu já tinha uma loja de produtos Apple, então eu já estava acostumado a atender clientes de alta renda. Fiquei um tempo estudando o mercado, a forma de me apresentar, a dicção, a forma de me conectar com o cliente. Já entrei pensando nessa parte do digital”, relatou Franklin.





Estratégia e organização

Mas, não basta estar nas redes sociais, para atrair os clientes certos é preciso ter estratégia, humanizar o perfil, gerar identificação e conhecer o público. “Eu posto todos os dias e mesclo bastante falar sobre o mercado imobiliário e, às vezes, alguns traços do dia a dia, que não diz respeito à produção, porque o pessoal se conecta muito com isso. Por mais que a gente esteja em uma era muito do chat GPT, das coisas automáticas, também criou-se uma necessidade nas pessoas de se conectarem com o humano mesmo”, expõe Manuela.

Além da estratégia, ter uma rotina de produção organizada também é indispensável para conseguir conciliar a criação de conteúdos com a intermediação. Manuela e Franklin dedicam um dia da semana para a gravação dos vídeos, que são postados ao longo da semana. “Escolho os produtos no final de semana, já faço todo o roteiro, escrevo todas as minhas falas das apresentações e os conteúdos”, conta Franklin.

Manuela relata que, como estratégia de otimização, aproveita o dia de gravação com seu videomaker para render os conteúdos da semana toda. “Saio de casa com várias roupas, com vários conteúdos pensados ou mais de um imóvel. Aproveito aquele dia com ele (o videomaker) ao máximo. Acho que a gente precisa, no mínimo, estipular, travar um horário na agenda da semana para produzir conteúdo, porque senão é muito fácil ir deixando para depois, e não fazer”, reforça a corretora.

Não se esquecer do lado vendedor e humano

Mesmo com toda a dedicação na criação de conteúdo, geração de valor e autoridade nas redes sociais, Franklin afirma que o trabalho desenvolvido na internet simboliza apenas uma parte do que precisa para fechar vendas e ser considerado um bom profissional do mercado. “Não adianta nada fazer um vídeo bonito, se depois o cliente vem falar com você e da sua boca não sai nada legal. Não saber conduzir a venda, não saber atender, não saber tratar o cliente da forma correta, não saber demonstrar conhecimento, autoridade, que eu acho que é o principal do corretor. A gente tem que ser vendedor, a produção digital é 10%, no máximo, da nossa venda”, opina Franklin.

O ideal é conseguir equilibrar a rotina, de modo que o ambiente virtual e físico consigam se alinhar e trazer os resultados esperados. “A rede social é uma coisa que eu nem penso em deixar de fazer, eu penso realmente em potencializar, porque eu acho que o mundo hoje é assim, ele é globalizado e ele é digital, a gente gostando ou não. A pessoa que não se insere nesse meio, ela praticamente não existe. Não quer dizer que ela não seja um bom profissional, eu acredito que tem corretores excelentes que não estão na rede social, mas que poderiam ainda estar muito melhores se estivessem lá”, pontua Manuela.