A preferência pela casa própria continua sendo uma realidade para a maioria dos brasileiros. Segundo pesquisa do Datafolha, 94% da população acredita que morar em um imóvel próprio é mais vantajoso financeiramente do que alugar.

Esse desejo reflete-se nas intenções de compra: 43% dos brasileiros planejam adquirir um imóvel residencial nos próximos anos . Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse índice sobe para 57%, demonstrando que as novas gerações também valorizam a propriedade.​

A motivação principal para a compra é sair do aluguel, apontada por 27% dos entrevistados pela consultoria Brain. Outros fatores incluem o desejo de morar em um local maior (20%) e a busca por estabilidade e segurança.​

O mercado imobiliário de Goiás, especialmente em Goiânia, vive um momento de expansão sem precedentes. Em 2024, a capital goiana registrou um volume de vendas de imóveis residenciais que ultrapassou R$ 7,7 bilhões, representando um crescimento de 35% em relação ao ano anterior. Esse desempenho consolidou Goiânia como o terceiro maior mercado imobiliário do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.​

A valorização dos imóveis também foi expressiva. No primeiro semestre de 2024, o valor médio dos imóveis residenciais em Goiânia aumentou 12,3%, alcançando um preço médio de R$ 8.931,00 por metro quadrado. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, a valorização média foi de 17% no mesmo período.

Esse crescimento é impulsionado por fatores como o aumento populacional, a população de Goiás cresceu quase 20% entre 2010 e 2022, enquanto a média nacional foi de 7% — e o desempenho econômico do estado, cujo PIB cresceu percentualmente muito acima do PIB nacional nos últimos cinco anos.

O perfil dos compradores também está mudando. Dados da Terral Incorporadora mostram que, entre 2019 e 2024, 51% dos compradores estão na faixa etária entre 25 e 44 anos. Em 2024, esse número sobe para 57% em Brasília e Goiânia. Quanto ao estado civil, 42% são casados, 45% solteiros, 2% em união estável e 11% divorciados.​

As incorporadoras estão atentas a essas mudanças. Talina Samuel, gerente de marketing da Terral Incorporadora, destaca que os projetos são pensados para atender às necessidades dos consumidores, desde o lazer até a personalização do imóvel. No último lançamento, a empresa disponibilizou veículos elétricos para uso comum do condomínio, alinhando-se às tendências de mobilidade sustentável.​

A busca por imóveis próprios também é impulsionada por fatores econômicos. A redução das taxas de juros e o aumento do crédito imobiliário facilitaram o acesso à casa própria. Em 2024, o volume de financiamentos imobiliários atingiu R$ 312,4 bilhões, segundo a Abecip, representando um crescimento de 13,8% em relação a 2023.

Apesar das vantagens, o preço ainda é uma barreira para muitos. Uma pesquisa do Datafolha revelou que 65% dos brasileiros já desistiram de comprar ou alugar um imóvel por receio de fazer um mau negócio devido ao preço. Além disso, 84% afirmam que é difícil obter informações precisas sobre o valor adequado de um imóvel.​

Mesmo com esses desafios, o sonho da casa própria permanece vivo. A maioria dos brasileiros continua vendo na compra de um imóvel não apenas uma conquista financeira, mas também um símbolo de estabilidade e segurança para o futuro.