O mercado imobiliário em Goiás tem potencial de grande crescimento nos próximos anos. Impactado pela expansão do agronegócio e pelo cenário econômico global, a tendência é de crescimento constante. Apesar do aquecimento previsto, o economista e jornalista Ricardo Amorim avalia que os riscos de “bolha imobiliária” são remotos.

Na palestra realizada no meeting de apresentação do Jardins Grécia, pela FGR Incorporações, no dia 9 de maio, o economista analisou o mercado econômico em Goiás, que está diretamente relacionado ao agronegócio, principal motor da economia goiana.

De acordo com Ricardo, tudo indica que o agro estará aquecido em 2025. “Para este ano, a safra aqui no estado será 8% maior, e a pecuária também irá crescer. Então se no ano passado tivemos uma queda de safra e uma queda de preços internacionais, neste ano vai ser justamente ao contrário. Haverá alta de safra e alta de preços, justamente em função dessas atuais configurações da economia global”, destacou, ao relacionar o impacto do agro no mercado imobiliário do Estado.

Ricardo Amorim também relacionou o potencial de crescimento econômico com a política econômica internacional. A guerra tarifária entre Estados Unidos e China pode favorecer as exportações brasileiras. “Se a China não comprar soja, milho e carne dos Estados Unidos, qual é o outro grande produtor de alimentos no mundo para quem eles e outros países irão olhar? Brasil. Essa guerra tarifária também joga o mercado europeu no nosso colo, mesmo com a resistência protecionista da França”, apontou o economista ao lembrar que isso favorece muito positivamente Goiás, que é um grande produtor de commodities.

Amorim também previu uma queda das taxas de juros, e afirmou que o Banco Central já dá indícios de diminuição da taxa Selic, que atualmente está em 14,75% ao ano. “Com o fim desse ciclo de alta, teremos uma oferta maior de crédito, desta vez por parte dos bancos, e com isso mais gente comprando”, destacou.

Apesar do aquecimento do mercado imobiliário, que continuará pungente, conforme as previsões de especialistas, Ricardo Amorim afirmou que não há risco de “bolha imobiliária” no país. “Numa pesquisa que fiz com números das 50 maiores economias mundiais, levando em consideração o quanto representa percentualmente o total de construção em relação ao PIB. Com 7,4% do nosso produto interno bruto, o Brasil é a segunda entre as 50 economias onde se tem menos construção. Isso significa que o Brasil vai e pode construir muito mais, porque nós temos ainda déficit habitacional e a quantidade de construção ainda está muito aquém da necessidade, então a tendência é de aumentar o mercado imobiliário, sem risco de bolha imobiliária”, justificou o economista.