O mercado imobiliário brasileiro manteve o ritmo de crescimento no início de 2025. As vendas e os lançamentos de imóveis tiveram alta de 15% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. O avanço foi puxado, principalmente, pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, que respondeu por 53% dos lançamentos e 47% das vendas no período.

Os dados são da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgados nesta segunda-feira (19), e mostram a força do segmento, mesmo em um cenário de juros elevados.

Crédito mais caro, mas desejo pela casa própria permanece

Apesar do aumento da taxa Selic, que subiu de 10,75% em março de 2024 para 14,25% em março de 2025, chegando a 14,75% em maio, o patamar mais alto em quase 20 anos, o mercado imobiliário segue aquecido.

Para alguns especialistas do mercado, os números comprovam que o brasileiro continua priorizando a moradia e que o desejo pela casa própria segue sendo o principal motor do setor.

Minha Casa, Minha Vida deve seguir liderando o mercado

A expectativa do setor é que o programa Minha Casa, Minha Vida continue sendo o grande responsável pela movimentação do mercado em 2025. Com as mudanças implementadas pelo governo federal, como a inclusão de famílias com renda de até R$ 12 mil mensais e a definição de uma taxa de juros nominal de 10% ao ano, a tendência é que o programa siga como protagonista tanto nas vendas quanto nos lançamentos.

Desafio: manter a oferta frente à demanda


Apesar dos bons resultados nas vendas, o setor acende um sinal de alerta quanto à oferta de imóveis. O número de unidades lançadas no primeiro trimestre sofreu uma retração de 28,2% em comparação com o último trimestre de 2024. Foram 84.924 unidades lançadas entre janeiro e março, contra 118.324 unidades no último trimestre do ano passado.

O saldo atual de imóveis no mercado, segundo a CBIC, seria suficiente para suprir a demanda por cerca de oito meses, caso não haja novos lançamentos nesse período.

Cenário resiliente, mas que exige atenção

Os dados fazem parte dos Indicadores Imobiliários Nacionais, levantamento trimestral da CBIC que acompanha a performance do setor. Na avaliação da entidade, o desempenho demonstra resiliência, mas reforça a necessidade de estratégias para manter o equilíbrio entre oferta e demanda, sobretudo no segmento econômico, que hoje lidera o mercado.

Goiânia se destaca com forte valorização e aumento nas vendas

Em Goiânia, o mercado imobiliário apresentou desempenho acima da média nacional no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), a valorização dos imóveis na capital cresceu 22% em comparação ao mesmo período de 2024. Além disso, o preço médio de venda dos imóveis foi 10% maior no mesmo período, atingindo R$ 10.261 por metro quadrado, valor superior à média registrada em todo o ano de 2024, que foi de R$ 9.287.

O número de unidades vendidas também teve um aumento significativo, com crescimento de 47% nas vendas entre os primeiros trimestres de 2024 e 2025, passando de 2.007 para 2.592 unidades vendidas.