A técnica de modernização de edificações antigas que permite o aproveitamento da arquitetura original do imóvel tem se popularizado. O chamado retrofit, além de reduzir em até 80% o uso de materiais, também é sustentável, gerando menos impacto no meio ambiente e está sendo uma alternativa para revitalizar e rehabitar prédios abandonados em Goiânia.

O conceito de retrofit engloba o reaproveitamento de estruturas antigas preservando a arquitetura e os traços originais, adaptando o imóvel às normas atuais, sem abrir mão da segurança e acessibilidade necessárias. Esse modelo permite que edifícios velhos sejam modernizados e trazidos de volta à vida, sendo habitados comercial ou residencialmente.

É o que vai acontecer com o Edifício Senador João Vila Boas, um prédio abandonado há mais de 10 anos na Avenida Goiás, no Centro de Goiânia. O prédio, avaliado em R$ 2.224.440,94, já abrigou a Caixa Econômica Federal, escritórios da Prefeitura de Goiânia e foi adquirido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) antes de compor o patrimônio da União. Agora, vai virar moradia para 52 famílias de baixa renda por meio do programa Minha Casa, Minha Vida - Entidades.

O prédio foi doado pela União para o Movimento pela Reforma Urbana de Goiás (MRU-GO) e passará por um retrofit com um investimento estimado em R$ 10,9 milhões. A intenção é que as características, em estilo art dèco, sejam mantidas, passando por adequações e reformas para torná-lo um espaço residencial.

Esse será o primeiro projeto do tipo na capital goiana, idealizado e realizado por um movimento popular que venceu a seleção nacional. As obras foram financiadas pela Caixa Econômica Federal, e tiveram início este ano.

De acordo com especialistas, o retrofit é considerado uma modalidade sustentável, já que reduz o uso de materiais de construção, permite o reaproveitamento de estruturas e ainda possui um menor gasto com o deslocamento de caminhões e tem menos tempo de execução da obra. Por não ser uma estrutura erguida do zero, ainda traz menos impactos sonoros e menos transtornos à vizinhança da edificação, sem falar que corta pela metade as emissões de gases de efeito estufa gerados durante o processo de obra.