As primeiras aprovações de projetos do programa Minha Casa, Minha Vida já começaram a ser liberadas em Goiânia. Segundo o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, cerca de 15 mil unidades estão em análise na prefeitura e a expectativa é de que a maior parte delas seja aprovada ainda em setembro.

“A prefeitura está muito empenhada em dar vazão a essa demanda. Tanto a Secretaria de Eficiência quanto a de Planejamento têm se dedicado bastante. Houve mudanças de gestão e alguns ajustes foram necessários, mas já começaram as liberações, que vão ocorrer gradualmente”, afirmou Felipe Melazzo em entrevista à AutImob.

Melazzo explica que a lei de Habitação de Interesse Social (HIS), aprovada em Goiânia, foi decisiva para viabilizar os projetos. “Ela trouxe alterações significativas nos parâmetros urbanísticos e arquitetônicos. Antes, exigia-se uma vaga de garagem por unidade. Hoje, conseguimos reduzir para uma vaga a cada três unidades, com possibilidade de substituir parte delas por vagas de motocicleta. Além disso, passamos a adotar a norma de desempenho, que é utilizada pela Caixa Econômica, em vez do Código de Obras do município, que era mais rígido. Isso já deu viabilidade a muitos empreendimentos”, explicou.

O presidente da Ademi também destacou os impactos esperados para a cidade. “O impacto econômico é enorme. Haverá geração de empregos, distribuição de renda, aumento da arrecadação municipal com taxas e impostos e fortalecimento de toda a cadeia da construção civil, que vai da indústria de materiais até o setor de móveis e eletrodomésticos. No aspecto social, são 15 mil famílias que poderão ter acesso à casa própria, o que significa dignidade”, disse.

Além de Goiânia, a Ademi-GO atua junto à prefeitura de Aparecida de Goiânia para implantar uma lei de HIS semelhante. “Estamos dialogando com o município e defendemos que as flexibilizações adotadas em Goiânia também sejam aplicadas na região metropolitana. Isso traz previsibilidade para o empreendedor, diminui custos e amplia o atendimento às famílias”, afirmou Melazzo.

O presidente da Ademi-GO também fez uma comparação com São Paulo, onde mais da metade das unidades vendidas estão dentro do Minha Casa, Minha Vida.

“No ano passado, Goiânia lançou 11.700 unidades, mas pouco mais de mil foram destinadas ao programa. Agora, com as 15 mil em análise, podemos ter um volume que supere até as unidades de média e alto padrão. Existe uma procura muito grande, porque a cidade ficou anos sem uma política voltada para HIS. A lei já está em vigor e, com a prefeitura implementando as aprovações, temos chance de equilibrar essa proporção”, avaliou.

Por fim, Felipe Melazzo ressaltou ainda que há disposição das empresas em investir nesse segmento. “Muitas construtoras já se preparam para atuar em todas as faixas do programa. Antes, a legislação não permitia construir dentro dos valores estipulados, mas agora é viável. Isso abre espaço para mais players participarem e amplia a oferta”, concluiu.