De acordo com dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), no primeiro trimestre de 2025, o preço médio do metro quadrado de imóveis de alto padrão em Goiânia cresceu 22%. O número é relacionado ao comparativo com o mesmo período do ano passado.

No primeiro trimestre deste ano, o preço médio dos imóveis comercializados em Goiânia foi 10% superior ao preço médio de 2024, reforçando a tendência de grande valorização dos imóveis. Em 2024, o preço médio foi de R$9.287,00, e no primeiro trimestre de 2025 esse número chegou a R$10.261.

O preço médio dos imóveis, levando em conta apenas os quatro principais bairros da capital (Bueno, Marista, Oeste e Jardim Goiás), foi de R$11.642,5, segundo a pesquisa. Um destaque especial para o Setor Marista, onde o preço médio, em março, era de R$13 mil por metro quadrado.

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No Bueno, o preço do metro quadrado hoje está próximo de R$12 mil. O diretor de pesquisa da Ademi-GO, Credson Batista, explica que é natural que esses bairros, como o Bueno e o Marista, sejam mais valorizados devido à alta procura. “Isso acontece em função da qualidade de vida ofertada por eles, com opções de lazer, comércio e conveniência e tudo mais que seus moradores precisam”, comentou.

Para o Jardim Goiás o preço médio apontado na pesquisa foi de R$10.736,00. Porém o diretor faz uma ressalva importante. “O preço apresentado leva em consideração apenas os empreendimentos que ainda possuem estoque na região. Recentemente, aconteceu um lançamento de apartamentos de 420 m² com preço acima de R$17.000,00 o metro quadrado e teve 100% de seus apartamentos vendidos no lançamento”, explicou Credson fazendo referência aos empreendimentos da Flamboyant Urbanismo.

O presidente do conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, comenta que essa valorização tem motivações sólidas e que a tendência é de que os preços continuem aumentando nos próximos anos. “Em primeiro lugar, um mercado aquecido em função de alta demanda geralmente tende a ter aumento de preços. É a lei da oferta e da procura”, comenta.

Fatores que elevaram a valorização

Segundo Fernando Razuk, os principais fatores que têm feito os preços de venda aumentarem estão relacionados aos custos de produção dos apartamentos. “Os custos de obra têm aumentado significativamente, principalmente em função da falta de mão de obra. Os juros dos financiamentos para a construção também aumentaram. Tudo isso vai compondo o custo de produção dos apartamentos”, explica.

Além disso, as alterações do Plano Diretor de Goiânia também têm influenciado o aumento dos preços. “O Plano Diretor que entrou em vigor em 2023 reduziu o aproveitamento dos terrenos. Era comum os incorporadores desenvolverem empreendimentos nos bairros mais nobres utilizando aproveitamento de 10 a 11 vezes a área do terreno nos bairros mais nobres. Com o novo plano, este aproveitamento foi limitado em no máximo de 7,5 vezes. Como o preço dos terrenos nessas regiões não diminuiu, onde antes o empreendedor conseguia construir 100 apartamentos, por exemplo, ele só fará 75. Dessa forma, como serão feitos menos apartamentos, o valor do terreno terá um peso maior no preço de cada apartamento, aumentando, assim, o preço das unidades. Isso é o que está ocorrendo no Marista, que já não tem mais projetos do antigo plano sendo lançados”, detalhou Razuk.

Para ele, o mesmo movimento seguirá no restante da cidade, implicando em tendência de aumento nos preços dos imóveis em toda a capital. Credson Batista complementou que a valorização em Goiânia está muito expressiva. “A média nacional no mesmo período foi de 1,9%, ou seja, quem investiu em imóveis em Goiânia ganhou cinco vezes mais no período que aqueles que optaram por outras cidades. Com as vendas crescendo na capital acima da média nacional essa valorização deve continuar intensa”, explica o diretor de pesquisas da Ademi-GO.