O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição está “bastante incomodada” com a inflação acima da meta no país. A declaração aconteceu na última semana, durante um evento na Indonésia.

Com meta de inflação de 3% ao ano, podendo variar até 4,5%, o índice oficial de preços (IPCA) deve fechar 2025 em 4,7%, número ainda distante do centro da meta, segundo pesquisa da Focus. A inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,17% em setembro.

“A inflação e expectativas seguem fora do que é a meta, isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central, mas estamos falando de uma inflação que está num processo de redução e retorno para a meta em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, declarou Galípolo à imprensa.

Diante desse cenário, o Banco Central decidiu manter os juros mais altos durante um tempo, como estratégia para controlar a inflação. A taxa Selic, que é a taxa básica de juros no país, está em 15% ao ano, a de maior nível desde julho de 2006, quando chegou a 15,25% ao ano.

A taxa Selic influencia todos os outros juros da economia, incluindo os cobrados em empréstimos e financiamentos, o que impacta diretamente o mercado imobiliário no Brasil. No entanto, a taxa básica de juros é utilizada como uma ferramenta para tentar frear a inflação, o que explica o aumento gradual ao longo dos últimos meses.

Galípolo destacou que essa manutenção da Selic em 15% por período prolongado tem como objetivo garantir que a inflação volte ao centro da meta sem prejudicar o desempenho da economia nacional.