1) Governo reajusta teto de imóveis das faixas 1 e 2 do Minha Casa, Minha Vida

O governo federal, por meio do Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), aprovou, nesta quinta-feira (18), ajustes para o teto de compras de imóveis das faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida. A medida passa a valer a partir de janeiro de 2026. Agora, o financiamento em regiões metropolitanas com população superior a 750 mil habitantes passa a ser de R$ 270 mil. Antes, o valor máximo era de R$ 255 mil. Nas capitais das regiões do Brasil, o valor anterior de R$ 250 mil passa R$ 260 mil. Já nos municípios com população entre 300 e 750 mil habitantes, o teto para financiamento em metrópoles e capitais foi reajustado de R$ 245 mil para R$ 255 mil.

2) Por que o PIB da construção deve acelerar o ritmo em 2026

Depois de um 2025 frustrante para o PIB da construção civil, o ano de 2026 promete uma aceleração da economia do setor. O Sinduscon-SP está projetando um crescimento de 2,7% para o PIB da construção no ano que vem, acima do ritmo de 1,8% estimado para 2025. Os números, calculados pela FGV, consideram que 2026 será apoiado pelo início do corte de juros (a grande pedra no sapato de 2025), com melhora do crédito habitacional e pela continuidade dos investimentos em infraestrutura, depois de um ano em que as reformas das famílias ficaram em segundo plano por causa do custo financeiro mais alto. O novo modelo de crédito habitacional dentro do Sistema Financeiro de Habitação - que passou a financiar imóveis de até R$ 2,25 milhões com juros limitados a 12% ao ano - e o aumento de renda disponível com a isenção do IR devem liberar espaço para retomada de obras e projetos residenciais. E há ainda a recém-lançada Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, que deve estimular novos projetos por parte das incorporadoras.

3) Tenda volta a Curitiba com plano de lançar 4 unidades e R$ 1 bi de VGV

A Tenda está retomando os lançamentos em Curitiba após quatro anos sem desenvolver novos produtos para a capital paranaense. A companhia vai investir R$ 485 milhões para lançar 4 mil unidades na cidade nos próximos quatro anos. O VGV estimado é de R$ 1 bilhão. O primeiro projeto foi viabilizado por meio de um convênio com a Prefeitura e contempla 360 apartamentos populares no bairro de Uberaba. O empreendimento está enquadrado no Casa Curitibana, o programa de cheques municipal, e será destinado a famílias com renda superior a R$ 2.850 mensais que estão na fila da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab). As famílias receberão subsídios de R$ 10 mil do município e R$ 20 mil do estado e isenção de ITBI. Já a Tenda será beneficiada com isenções fiscais e parâmetros urbanísticos especiais.

4) Fundos Imobiliários Batem Recorde Histórico em 2025 com 2,9 Milhões de Investidores

O mercado brasileiro de FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) alcançou em 2025 um recorde histórico de aproximadamente 2,9 milhões de investidores, consolidando se como um dos principais pilares do mercado de capitais do país, segundo dados do Report Anual de FIIs compilado pela B3. Segundo o documento, o aumento da base de investidores foi acompanhado pela expansão do patrimônio consolidado do setor. O estoque total dos FIIs listados na B3 atingiu R$ 183 bilhões em 2025, acima dos R$ 167 bilhões registrados em 2024, reforçando a relevância dos fundos imobiliários como classe de ativo no mercado de capitais brasileiro.

5) Nova lei permite atualizar valor de imóveis e reduzir imposto na venda

A próxima temporada de Imposto de Renda, em 2026, chega com uma mudança relevante para quem tem imóveis ou veículos no nome. A lei federal 15.265 criou o Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp), que permite ao contribuinte atualizar o valor desses bens na declaração, aproximando-os dos preços de mercado e reduzindo o imposto devido no momento da venda. A proposta tenta corrigir uma distorção comum: ao longo dos anos, imóveis mantêm o valor original declarado, enquanto o preço real sobe. Na prática, isso gera um ganho de capital elevado quando o proprietário decide vender o bem.

6) Quinto Andar é condenada por vender imóvel popular em Moema a cliente de maior renda; entenda caso

A plataforma Quinto Andar foi condenada, em 1ª instância, a restituir uma cliente que firmou compromisso de compra e venda de apartamento popular sem saber das restrições do imóvel em Moema, bairro nobre da zona sul de São Paulo. Esse tipo de habitação é construído com incentivos municipais e a exigência de que seja vendido ou alugado ao público-alvo, mas casos com indícios de “desvirtuamento” para pessoas de maior renda ganharam repercussão após apuração do Ministério Público de São Paulo e CPI. A decisão ocorreu no fim de novembro. Na sentença, determinou-se que a dona do imóvel e a plataforma devolvam o “sinal” de R$ 31,8 mil pagos pela cliente, que moveu a ação. O negócio envolvia compra de apartamento de R$ 530 mil, em 2024. A proprietária também deverá arcar com uma multa de 10% sobre o valor do negócio.

7) Inadimplência de aluguel é a mais baixa em cinco meses no Brasil, aponta Índice Superlógica

A inadimplência de aluguel no Brasil chegou ao patamar mais baixo dos últimos cinco meses, com uma taxa de 3,69%, em novembro – em outubro, a média nacional foi de 3,76%. No entanto, quando comparada com o mesmo período de 2024 (3,20%), a taxa apresenta uma alta de 0,49 ponto percentual. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica. Segundo Manoel Gonçalves, Diretor de Negócios para Imobiliárias do Grupo Superlógica, “a queda de novembro é um bom sinal para 2026, pois traz um respiro após cinco meses de altas taxas”.

8) Apagão na mão de obra qualificada impulsiona mudança na construção

A crise, que já atinge proporções estruturais, expôs a dependência de modelos artesanais e impulsionou uma virada tecnológica sem precedentes. Diante da escassez de profissionais especializados, empresas de todo o país passaram a recorrer a métodos industrializados, automação e soluções modulares para manter a produtividade e o ritmo de entrega. Segundo a FGV, 71% das companhias do setor identificam a falta de trabalhadores experientes como o maior desafio atual. Em muitos canteiros, o déficit chega a 30% do quadro necessário. A ausência de mão de obra experiente eleva custos, atrasa cronogramas e cria um ambiente de insegurança para investidores e incorporadoras. O resultado é um setor que precisa produzir mais, com menos gente e maior precisão, um cenário que favorece a industrialização.

9) Construtoras devem se beneficiar de queda de juros e eleição – e ações podem subir até 70%, aponta JP Morgan

O JP Morgan atualizou suas projeções para as construtoras brasileiras listadas em bolsa e recomendou que os investidores mantenham suas posições em ações com baixo índice P/L, como Cyrela (CYRE3), EZTEC (EZTC3) e Tenda (TEND3). Esses papéis, segundo o banco norte-americano, estão sendo negociados abaixo de um múltiplo de 6x P/L (preço sobre lucro) estimado para 2026 e devem apresentar desempenho superior ao do setor como um todo. “Prevemos um potencial de alta de 40% a 60% [para essas ações], impulsionado por fatores macroeconômicos favoráveis”, apontou a casa em relatório.

10) Herdeiro da Lamborghini acelera novos projetos residenciais de alto padrão no Brasil; entenda

Quem ouve o nome da Lamborghini logo pensa no ronco do motor dos carros de luxo. Mas, cada vez mais, o mercado imobiliário também vem se apropriando desse prestígio. Desde 1981, Tonino Lamborghini, herdeiro do fundador Ferruccio Lamborghini, comanda a expansão global da marca para áreas que vão além do automobilístico. No Brasil, o número de empreendimentos residenciais de alto padrão assinados pela grife tem mostrado expansão. Lamborghini acelerou sua estratégia junto a incorporadoras nos últimos anos. Em 2025, a empresa assinou projetos em Goiânia (GO) e em Chapecó (SC), além de já ter edifícios em Balneário Camboriú e em São Paulo. Tonino vê o mercado brasileiro com grande otimismo a médio e longo prazo, notando que o País está se desenvolvendo muito forte no setor imobiliário. Por isso, diz ele, a estratégia para o mercado brasileiro é de longo prazo.

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Caio Lobo, o incorporador


Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.