1) Patriani planeja testar robôs humanoides em obras a partir de 2026
Para enfrentar a escassez de mão de obra, a incorporadora Patriani anunciou que começará a testar robôs humanoides em seus canteiros de obras até o fim de 2026. A expectativa é que as máquinas assumam tarefas pesadas e repetitivas, como carregar materiais e executar trabalhos de risco. "Não vamos substituir pessoas, mas está cada vez mais difícil encontrar profissionais que topem realizar serviços brutos da construção", explica Valter Patriani, sócio-fundador da construtora. A Patriani ainda não revelou qual empresa está por trás da tecnologia, mas afirma que o investimento será de 30 mil dólares na compra de cada robô. Segundo Valter, trata-se de uma companhia internacional que iniciará os testes locais ainda neste semestre. "Depois disso, precisaremos adaptar os robôs às condições de trabalho e ao terreno brasileiro", explica.
2) Futuro dos juros divide analistas mesmo após inflação abaixo do esperado
Os diretores do BC (Banco Central) voltam a se reunir nessa semana com a missão de definir o futuro da taxa básica de juros, a Selic. Ao deixar os próximos passos em aberto no último encontro, a autoridade monetária alugou um tríplex na cabeça dos analistas do mercado financeiro. Eles divergem sobre a possibilidade de fim do ciclo de alta dos juros mesmo com a inflação de maio abaixo das expectativas. O IPCA de maio foi de 0,26%, taxa 0,11 ponto percentual abaixo das previsões do mercado financeiro. Mesmo diante do arrefecimento do índice, a aposta no fim da trajetória de seis altas consecutivas da taxa básica de juros ainda não é unanimidade.
3) Abrainc prevê alta de até 0,7 ponto na taxa do crédito imobiliário com IR sobre LCIs
O presidente da Abrainc, Luiz França, disse em entrevista ao CNN Money que a taxa de juros para o financiamento de imóveis será maior com a tributação das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). "Quem financia imóvel no Brasil, o comprador de classe média, ele terá um aumento na sua prestação. Nós estimamos que o aumento na taxa de juros será de 0,7%, e sempre que tem essa alta acaba tirando compradores do mercado", afirmou. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o fim da isenção sobre o rendimento de títulos de renda fixa como LCI e LCA será uma das alternativas arrecadatórias para o cumprimento da meta fiscal. Segundo Luiz França, a nova tributação vai trazer reflexo à procura por financiamento no Brasil e impactar o mercado imobiliário, em um cenário de taxa Selic em patamar elevado.
4) BC estuda nova regulamentação para crédito imobiliário com parcelas corrigidas pela inflação
O Banco Central está trabalhando na regulamentação de um novo sistema de amortização para o crédito imobiliário. O foco dos estudos é o aprimoramento da linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA. Procurado, o Banco Central não comentou. Essa modalidade foi lançada em 2019, mas acabou engavetada pelos bancos nos anos seguintes, uma vez que os picos de inflação aumentaram bruscamente as parcelas dos mutuários. Hoje a parcela é corrigida por uma taxa fixa + IPCA. Se o IPCA dispara, a parcela também dispara. Nessa proposta, em vez de o valor adicional ser acrescido na parcela mês a mês, seria transferido para o saldo devedor − cujo pagamento acaba diluído ao longo de todas as parcelas. O foco do BC nas linhas corrigidas pelo IPCA se justifica porque essa é uma operação de crédito que os bancos podem revender no mercado secundário.
5) Financiamentos do Minha Casa podem ser beneficiados com reforma tributária
Apesar das incertezas trazidas pela reforma tributária, compradores de imóveis pelo programa Minha Casa, Minha Vida podem ser beneficiados com as novas regras a partir de 2026. Uma das principais medidas da mudança na legislação é a introdução de mecanismos que reduzem a carga tributária sobre imóveis de interesse social. A nova lei prevê o "redutor social", que exclui R$ 100 mil da base de cálculo do novo Imposto sobre Valor Adicionado para imóveis populares. Além disso, há uma redução de 50% na alíquota padrão do IVA para o setor imobiliário, resultando em uma alíquota efetiva de aproximadamente 16,78%. "Essas medidas têm o potencial de diminuir o custo final dos imóveis destinados às faixas de menor renda, facilitando o acesso à casa própria para essas famílias", afirma.
6) Banco reduz crédito a incorporador com recurso da poupança
O encolhimento da poupança, maior fonte de recursos para o crédito imobiliário, tem levado os bancos a priorizar o uso desse dinheiro para operações com pessoas físicas e financiar as incorporadoras com empréstimos atrelados às taxas de juros de mercado. Esse movimento, que começou de forma gradual há alguns anos, ganhou força nos últimos meses. O Santander foi um dos primeiros bancos a focar o uso da poupança para o financiamento de pessoas físicas. Desde 2020, as incorporadoras passaram a ser financiadas pelo banco apenas com recursos livres. “Houve uma resistência a esse modelo, mas, com o tempo, as empresas começaram a ver a escassez de funding. O nosso modelo, no fim, deu certo, inclusive com aumento de participação de mercado em 2024”, diz Paulo Duailibi, diretor de negócios imobiliários da instituição.
7) Do aluguel à compra: mulheres são maioria no mercado imobiliário
Mulheres lideram a busca por imóveis na região Sudeste do Brasil. É o que aponta o Panorama Imobiliário do Mercado Secundário, estudo realizado pelo Grupo OLX com usuários das plataformas ZAP e Viva Real, que analisou o comportamento de compradores e locatários em todas as regiões do país. Entre os compradores, 53% são mulheres, 51% pertencem à geração X (entre 41 e 60 anos), 66% têm filhos, 60% são casados, e o mesmo percentual possui pets. Já no mercado de locação, a participação feminina é ainda maior, representando 66% das buscas. Entre os respondentes, 44% pertencem à geração X, 46% são casados, 58% têm filhos e 54% têm animais de estimação.
8) A estratégia da Direcional (DIRR3) para turbinar a Riva e crescer no faixa 4
A incorporadora trouxe sócio minoritário para a subsidiária voltada a renda média, destravando valor e ganhando mais flexibilidade no negócio, afirma o CEO Ricardo Gontijo. O sócio, a gestora Riza, especializada em crédito e agronegócio, que topou pagar R$ 200 milhões pela fatia, que pode dobrar, por preço equivalente, e chegar a 15% até outubro deste ano. “Nosso sócio tem em torno de R$ 15 bilhões de reais sob gestão, com diferentes estratégias, tornando a Riva mais completa na capacidade de viabilizar negócios onde sozinha, ou isoladamente, não teria”.
9) Justiça libera mudança em lei que pode ‘salvar’ prédio de luxo do Itaim Bibi da demolição
A Justiça de São Paulo julgou na quarta-feira, 11, como “improcedente” a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que manteve suspenso por quase cinco meses um dos principais artigos da nova lei da Operação Urbana Consorciada Faria Lima. A decisão libera a legalização de imóveis construídos irregularmente, o que pode permitir a possível conclusão da obra de um prédio de luxo erguido sem alvará no Itaim Bibi. A empresa responsável pelo empreendimento, a São José Desenvolvimento Imobiliário, confirmou ao Estadão que pretende comprar os créditos construtivos necessários para a verticalização (os chamados Cepacs) para a regularização no próximo leilão da operação urbana — que deve ocorrer nos próximos meses. A previsão é de que as obras do empreendimento poderiam ser retomadas no ano que vem caso o embargo seja derrubado. Estima-se que o edifício esteja cerca de 80% pronto. O edifício é de apartamentos de 382 m² (cinco vagas de garagem) e 739 m² (duplex, com oito vagas).
10) Hedge cria ETF de FIIs de tijolo para atrair investidores globais
A Hedge está pondo na rua o primeiro ETF do Brasil a replicar um índice formado exclusivamente por fundos imobiliários de tijolo, numa estratégia para atrair recursos de investidores estrangeiros. Com capitalização de mercado teórica de R$ 60 bilhões, o Hedge Brasil Equity REITs (HERT11) terá uma cesta de 31 FIIs de tijolos, replicando o FTSE Hedge Brazil All Equity REITs, um índice criado pela própria Hedge em parceria com a FTSE Russell que concentra os maiores e mais líquidos fundos de cada segmento da classe. A aposta em um ETF com essa proposta se deve ao fato de que, nos Estados Unidos, os ativos de tijolos são muito mais populares entre investidores, com R$ 1,3 trilhão aplicados nos REITs, do que os de papéis, com cerca de US$ 50 bilhões.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.