Uma pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica apontou que a intenção de compra de imóveis no Brasil segue em patamar superior ao registrado antes da pandemia de Covid-19. O levantamento apontou que, entre março e junho de 2025, mais de 400 mil novas famílias passaram a buscar um imóvel no país.

Os dados demonstram que, em 2025, mais famílias saíram da etapa do desejo e entraram efetivamente em processo de busca e negociação. A pesquisa analisou o comportamento de famílias com renda acima de R$ 2.500 mensais, o equivalente a 43,7 milhões de grupos familiares.

Foi observado que a dinâmica da demanda vem sendo reforçada pela formação de novos lares, pela entrada da Geração Z - nascidos entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010 - no ciclo imobiliário e pela consolidação do imóvel como ativo de proteção e mobilidade social.

Conforme análise da Brain, o dado também reflete uma conjuntura de transição demográfica e socioeconômica, marcada pela intensificação da moradia independente entre jovens e pela reorganização familiar pós-pandemia. A série histórica apresentada no estudo mostra que a intenção de compra permanece estruturalmente elevada. Antes da pandemia, cerca de 43% dos brasileiros manifestavam desejo de adquirir um imóvel. Em 2025, o indicador atingiu 48% a 49%, patamar que se mantém estável ao longo do ano.

Entre as gerações analisadas, a Geração Z, formada por jovens com idade entre 21 e 28 anos, foi a que assumiu o protagonismo na intenção de compra. 61% dos entrevistados desta geração afirmaram desejar comprar um imóvel, índice muito superior à média nacional.

O estudo também revelou que essa geração se apoia com frequência no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), utilizando o financiamento como ferramenta estratégica para antecipar a conquista da independência residencial. A motivação desse grupo está fortemente vinculada à autonomia, mobilidade urbana, busca por localizações centrais e preferência por unidades compactas que traduzem estilo de vida e praticidade.

Entre as principais razões citadas pelos consumidores estão:

Não pagar mais aluguel – 33%;

Morar em uma residência maior – 21%;

Sair da casa dos pais / independência – 11%;

Buscar mais benefícios (lazer, segurança, localização) – 8%;

Morar em um imóvel mais novo – 6%;

Comprar para alugar – 6%.

Perspectivas para o próximo ano

O estudo indicou uma perspectiva de maior volatilidade em 2026, no entanto, sem enfraquecimento da demanda imobiliária. A expectativa de inflação em queda e um câmbio mais favorável podem criar condições para a redução gradual da taxa de juros, estimulando famílias com intenção firme de compra, especialmente nas classes média e média-alta.

“O comportamento do comprador brasileiro mostra que a demanda continua firme, com o jovem assumindo papel cada vez mais relevante. A força da intenção de compra e a busca consistente por moradia própria demonstram um mercado com grande potencial de crescimento”, afirmou Luiz França, presidente da ABRAINC.

Com informações da ABRAINC*