1) Copom sobe Selic para 15% ao ano e sinaliza fim do ciclo de alta de juros na próxima reunião

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira, 18, a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto porcentual, de 14,75% para 15% ao ano. A decisão foi unânime. No comunicado, o Copom antecipou que pode interromper o ciclo de alta de juros na próxima reunião do colegiado, no final de julho, para examinar os impactos do ajuste já realizado. O colegiado frisou, porém, que “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Com a decisão desta quarta, o Copom colocou os juros no maior nível nominal desde julho de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75% ao ano.

2) CCJ da Câmara aprova despejo extrajudicial por atraso de aluguel

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados aprovou proposta que disciplina o despejo extrajudicial de inquilino por atraso no pagamento dos alugueis. A medida permite a retomada do imóvel sem necessidade de recorrer à Justiça. O procedimento será mais rápido, realizado por meio de cartórios. Caroline de Toni defendeu que a proposta traz justiça aos donos de imóveis. “Hoje há uma demora em respostas para aqueles que precisam desocupar o imóvel. Muitas vezes são dois anos na Justiça. Às vezes, toda a economia da vida dessas pessoas está no recebimento do aluguel, e elas ficam dependendo da morosidade do judiciário”, disse a congressista. A proposta tramitou em caráter conclusivo e seguirá para análise do Senado, a menos que haja recurso para votação pelo plenário da Câmara. Para virar lei, precisa ser aprovada pelos deputados e senadores.

3) Subsídios regionais se aliam ao Minha Casa, Minha Vida para impulsionar vendas

O que começou com iniciativas isoladas em estados e municípios tem se tornado uma ferramenta valiosa para impulsionar as vendas de incorporadoras que atuam no segmento econômico. Os cheques regionais - como são chamados os programas de subsídio atrelados ao Minha Casa Minha Vida - somaram R$ 865 milhões no ano passado e beneficiaram 51,7 mil famílias, segundo dados da Caixa Econômica Federal. O impacto em algumas das maiores incorporadoras do programa habitacional também é significativo. A Tenda teve 15% das vendas realizadas em 2024 com o uso dos subsídios. Na MRV, esse percentual chegou a 21%. Esses programas buscam utilizar aportes de estados, municípios ou emendas parlamentares para reduzir ou zerar a entrada de imóveis e diminuir também as prestações do financiamento imobiliário para famílias nas faixas 1, 2 e 3 do MCMV - com renda máxima de até R$ 8 mil por mês.

4) MP que taxa LCI, CRI e FIIs a partir de 2026: como construtoras são mais afetadas?

As empresas de construção civil no Brasil estão sob forte pressão após a Medida Provisória (MP) que prevê a cobrança de um imposto de 5% sobre investimentos que antes eram isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra Imobiliária Garantida (LIG), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Fundo de Investimento Imobiliário (FII). Esses instrumentos são fontes importantes de financiamento tanto para compradores de imóveis, especialmente os de média e alta renda, quanto para as construtoras. O Goldman Sachs diz que as construtoras mais impactadas seriam aquelas com maior dependência de CRIs. Direcional, por exemplo, tem mais de 80% de sua dívida vinculada a esse tipo de título, enquanto Cyrela e Eztec possuem cerca de 55%. Considerando apenas o efeito do imposto sobre CRIs, o custo da dívida dessas empresas, projetam os analistas, poderia subir entre 30 e 60 pontos-base.

5) FIIs querem ganhar espaço no crédito para pessoas físicas, mas ainda existem desafios

Com o apoio de plataformas digitais e estruturação via CRIs, os FIIs pretendem ganhar espaço no financiamento direto a pessoas físicas dentro do setor imobiliário, mas existem alguns desafios, como competir com os bancos em prazos, taxas e gerenciar o risco de inadimplência. Contudo, para Guilherme Antunes, sócio da RBR Asset, essa movimentação já é uma realidade. “Os FIIs, investindo em CRIs, são hoje os maiores financiadores de pessoas físicas na aquisição de lotes em empreendimentos de loteamento — um segmento no qual os bancos não atuam”, afirma. Ainda dentro dos loteamentos ou residenciais horizontais, plataformas de tecnologia como Homelend, Makasi e Crediblue têm financiado tanto a aquisição dos lotes quanto a construção das moradias. “A RBR já estruturou plataformas de funding com essas três empresas e possui mais de R$ 200 milhões aprovados nessa esteira”, completa Antunes.

6) Multiplan vai esperar eleição de 2026 antes de lançar novos projetos

A Multiplan vai esperar a eleição de 2026 antes de voltar a lançar projetos greenfield ou fazer aquisições, o CEO Eduardo Peres disse em um evento da companhia. A empresa também tinha a pretensão de expandir os shoppings de São Caetano e Jundiaí, mas os planos foram paralisados pelas incertezas no cenário econômico e o ambiente político, com a disputa presidencial de 2026 no radar. “Quero ver o resultado das eleições para ver para onde o Brasil vai,” disse Eduardo.

7) Urbe.me, do Grupo Ospa, aposenta o crowdfunding e pivota o negócio

Pioneira no crowdfunding imobiliário no Brasil, a Urbe.me, fintech do Grupo Ospa, está encerrando a captação de recursos com pessoas físicas para investimentos em projetos de incorporadoras. A empresa está pivotando o seu negócio para focar agora em investidores institucionais. Para o novo modelo, a fintech desenvolveu um marketplace dedicado à apresentação de oportunidades de investimentos, que já conta com 716 incorporadoras e 70 investidores institucionais cadastrados - com expectativa de captar R$ 500 milhões ainda em 2025. A antiga base de clientes pessoa física - formada por 61 mil investidores - já não participa de novas captações há um ano, e a Urbe.me pretende encerrar o formato completamente até o fim deste ano.

8) Bloxs aposta em Workspaces para ampliar acesso ao mercado de capitais

Em um cenário onde o acesso ao mercado de capitais ainda é desafiador para muitos empreendedores, a Bloxs aposta em uma nova estratégia: o modelo Workspaces. A iniciativa pretende desburocratizar a captação de recursos e ampliar o alcance dos investimentos com lastro em ativos reais. O movimento acontece em um momento estratégico para a empresa. Segundo Brunno de Toledo, CFO da Bloxs, a combinação de credibilidade no mercado, tecnologia proprietária desenvolvida e um sólido arcabouço regulatório interno abre caminho para uma nova fase de expansão.

9) Senior living ganha espaço no Brasil com condomínios voltados à terceira idade


Os condomínios do tipo senior living não são casas de repouso. São pensados para idosos que vivem sozinhos ou em casal, e que buscam segurança, conforto e praticidade em um espaço adequado às suas necessidades. Segundo dados da FGV, os idosos representam 17% dos 5% mais ricos do país. E, de acordo com o SPC, 66% desse grupo afirma que a prioridade é aproveitar a vida. Uma parcela expressiva — 41% — declara gastar mais com experiências como viagens e jantares do que com despesas básicas. Com lançamento oficial previsto para o fim de junho, o Loma Pedra Branca será um dos primeiros empreendimentos no formato senior living no país. O projeto inclui apartamentos adaptados para acessibilidade, serviços de hotelaria, estrutura de lazer semelhante à de um clube e atendimento médico emergencial. O empreendimento é assinado pela Dom Senior Living, empresa voltada ao público da chamada “economia prateada”.

10) Pioneira em leilão de imóveis, Rooftop deixa setor e foca na compra direta
Ap Rooftop, pioneira na criação de fundos de investimentos para a compra de imóveis em leilão em larga escala revisou a estratégia de negócios e deixou para trás esse mercado. A competição acirrada, os preços altos e a morosidade do judiciário levaram a proptech a abandonar o segmento e se concentrar em outro modelo mais rentável. A Rooftop lançou em 2021 o fundo imobiliário ROOF11, com capital de R$ 78 milhões, para aquisições de apartamentos retomados por bancos. A estratégia era comprar com desconto, regularizar pendências e revender a preço mais alto.