O nome é a alma do produto, como ele será lembrado no mercado. Esse processo criativo da escolha pode variar de acordo com a dinâmica de cada incorporadora, no entanto, a intenção é a mesma em todos os cenários: agregar valor aos empreendimentos imobiliários.

De acordo com o CEO das empresas Adão e Sousa Andrade, Murilo Andrade, sua equipe segue critérios específicos para a criação da nomeação de cada novo projeto. Na Sousa Andrade são levados em conta especialmente a localização, os diferenciais e a inspiração usada no desenvolvimento do empreendimento.

“Cada incorporador tem a sua própria dinâmica. Tem uma relação muito próxima com a agência de publicidade, mas isso não quer dizer que o empreendedor mesmo não possa definir os seus nomes. A estratégia para o nome aqui está ligada a que o projeto é ou, especialmente, a sua localização”, destacou Murilo ao ressaltar as condutas mais comuns no mercado.

No entanto, alguns nomes surgem totalmente baseados na inspiração, como no caso do Bauhaus, empreendimento da Sousa Andrade em parceria com a GMP Incorporação e a Humanae. “Tem projetos que têm apenas o nome ali agregado sem ligação direta com o projeto ou com a localização. Quando existe algum item do produto em si que justifique o nome, isso acontece”, elucidou o CEO da Sousa Andrade.

Murilo lembra que no caso do Bauhaus, o nome foi inspirado em um ícone da arquitetura moderna. Nestas situações, o nome precisa transmitir a ideia central e, com isso, agregar o valor esperado para o projeto.“O Bauhaus, que é o projeto imobiliário mais valorizado na cidade do Centro-Oeste, na verdade, o maior valor de metro quadrado, tem uma arquitetura moderna, como a Escola Bauhaus, que é a primeira escola de arquitetura do mundo. E Bauhaus influenciou a arquitetura brasileira na década de 1960. Então, quando você observa a arquitetura do prédio, tem exatamente o que ele dizia, que o arquiteto Bauhaus tinha, que influenciou no mundo inteiro”, ressaltou.

Além de remeter à inspiração e às ideias centrais que a incorporadora quer transmitir aos clientes e ao conceito urbanístico em si, o ideal, e que tem se popularizado cada vez mais, são nomes mais simples e de fácil leitura e compreensão. “Hoje, é uma tendência de nomes mais curtos, e uma tendência também de nomes internacionais para tentar agregar valor”, revela Murilo.

Ainda segundo o CEO da Sousa Andrade, poucas construtoras e incorporadoras têm realmente uma estratégia de representação de produto. No entanto, uma tendência que se observa é do uso do nome do setor nos empreendimentos, como o Sagô Marista, da Séren Incorporadora; da sequência de linhas, como o que é realizado pela Opus com a linha Gyro, por exemplo; além de nomeações que remetem às parcerias e assinaturas exclusivas, como o City 23 by Pininfarina, da City Incorporações.

“Os bairros vêm assinando os produtos. O nome de um prédio com o bairro do lado traz valor agregado para esse prédio. Então, se ele está no Marista, vai ser o nome do prédio, mas o Marista em baixo”, exemplifica Murilo Andrade ao destacar que todas as estratégicas remetem ao objetivo de valorizar o produto e associar o nome ao ideal desejado.