O mercado imobiliário de Goiânia está aquecido e em crescimento. A cidade, que combina qualidade de vida, infraestrutura em expansão e custos ainda competitivos, tornou-se atrativa tanto para quem busca moradia quanto para quem vê nos imóveis uma oportunidade segura de investimento. Esses dois perfis, embora distintos em motivações e critérios, coexistem e se complementam na dinâmica urbana da capital.

De acordo com os dados de fluxo migratório no Brasil, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás teve o segundo maior crescimento populacional, com 186.827 novos habitantes, sendo também o segundo estado que mais atraiu novos moradores no Brasil, desde 1991. Além disso, segundo pesquisas da Ademi-GO, há dois anos consecutivos, Goiânia se mantém como terceiro maior mercado imobiliário do país.

Quem compra para morar geralmente tem um vínculo emocional com a escolha. Quer estabilidade, segurança e qualidade de vida. Prefere bairros residenciais consolidados, valoriza áreas verdes, metragem ampla e estrutura de lazer. Já o investidor é mais pragmático: busca liquidez, retorno financeiro e facilidade de locação. Muitas vezes é mais jovem, já tem moradia própria e está atento ao desempenho do ativo, não necessariamente ao estilo de vida que o imóvel oferece.

A diferença de abordagem entre esses públicos exige um olhar criterioso. Morar ou investir? O ponto de partida é entender o propósito da compra. Para quem busca um lar, a rotina, a vizinhança, o acesso a serviços e a compatibilidade com o estilo de vida devem nortear a decisão. Para o investidor, os olhos se voltam à localização estratégica, à demanda local e ao potencial de valorização. O erro mais comum é misturar essas abordagens — um imóvel pensado para morar nem sempre se traduz em boa rentabilidade, e vice-versa.

Em Goiânia, ambos os perfis encontram oportunidades. Regiões como Marista, Bueno e Setor Oeste seguem valorizadas, seja por seu potencial de moradia qualificada ou pela alta procura por imóveis próximos a polos universitários e de saúde. O crescimento urbano e a verticalização, aliados à mudança no estilo de vida do goianiense — mais conectado, dinâmico e exigente — reforçam essa dualidade de mercado.

A cidade também tem atraído cada vez mais migrantes e investidores de fora, muitos deles ligados ao agronegócio. A demanda é diversa, e o setor precisa acompanhar essas transformações. Para os próximos anos, a tendência é que os dois continuem convivendo de forma equilibrada, com mudanças significativas no comportamento do consumidor. O morador buscará mais personalização e bem-estar; o investidor será mais técnico e orientado por dados. Cabe ao segmento responder com inteligência de mercado, planejamento urbano e compromisso com a qualidade — pilares que não servem a apenas um tipo de comprador, mas a uma cidade inteira em transformação.





Neylor Melo é diretor comercial da Consciente Construtora e Incorporadora