Em 1993, Attílio Corrêa Lima criava o que hoje é o bairro com maior acervo histórico de Goiânia. O Setor Central, conhecido como Centro de Goiânia, foi o primeiro setor projetado pelo arquiteto e urbanista que deu vida à capital. Com ruas largas e amplas, o Centro foi criado com intenção de abrigar o centro administrativo e político da nova capital do Estado, encarregada de ser a sede das maiores decisões realizadas em Goiás.

O Centro viu Goiânia crescer. No vai e vem do fluxo contínuo das Avenidas Araguaia, Goiás, Tocantins e Paranaíba, nomeadas em homenagem às referências geográficas importantes do Estado de Goiás e do Brasil, o Centro prosperou.

Dos prédios históricos da Praça Cívica, prefeitos e governadores assumiram postos, grandes mobilizações políticas e sociais aconteceram, carnavais, reveillons, shows culturais e passeatas. A nova capital tomou vida.

Patrimônio histórico

O Centro de Goiânia é o setor com mais prédios e monumentos históricos na cidade. Possui 22 itens tombados como patrimônio pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), sendo 12 deles constituintes do chamado Conjunto da Praça Cívica, considerada o principal elemento do traçado urbano de Goiânia.

O tombamento desse acervo arquitetônico e urbanístico foi aprovado pelo Conselho Consultivo do Iphan em dezembro de 2002. O Conjunto é formado pelo coreto, fontes luminosas, obeliscos com luminárias, Fórum e Tribunal de Justiça (atual Procuradoria Geral do Estado), Departamento Estadual de Informação (atual Museu Zoroastro Artiaga), Palácio das Esmeraldas, Delegacia Fiscal (futura sede do Iphan/GO), Chefatura de Polícia (atual Subsecretaria Estadual de Cultura), Secretaria Geral (atual Centro Cultural Marieta Telles) e Tribunal Regional Eleitoral, Residência de Pedro Ludovico (atual Museu Pedro Ludovico) e a Torre do Relógio. Estes dois últimos não se encontram diretamente na Praça, mas em sua poligonal de entorno.




Coreto da Praça Cívica e Torre do Relógio na antiga Estação Ferroviária. Foto: Iphan/ Reprodução 

Para além da região da Praça Cívica, o Centro ainda conta com outras edificações que se destacam pelo projeto arquitetônico em estilo Art Dèco que caracteriza a Goiânia dos tempos áureos. Entre elas, o Cine Teatro Goiânia e a Torre do Relógio da Avenida Goiás, de 1942. O acervo arquitetônico da capital é considerado um dos mais significativos do Brasil.

Goiânia foi planejada e construída para ser a capital de Goiás, por iniciativa do político goiano Pedro Ludovico Teixeira, em consonância com a Marcha para o Oeste. Nesse sentido, foi pensada, primordialmente, como um centro político, com toda a pompa que a atribuição exigia.

Para isso, o estilo Art Dèco foi escolhido para inspirar os primeiros prédios, erguidos entre as décadas de 1940 e 1950. A nova capital foi fundada em 24 de outubro de 1933, mas sua inauguração oficial ocorreu em 5 de julho de 1942.

Quem transitar pelo Centro de Goiânia vai encontrar diversos monumentos de encher os olhos e reviver memórias: a Torre do Relógio, Coreto da Praça Cívica, Fontes Luminosas, Obeliscos com Luminárias, Palácio das Esmeraldas, Edifício do antigo Departamento Estadual de Informação (atual Museu Zoroastro Artiaga), Edifício da antiga Secretaria Geral (atual Centro Cultural Marieta Teles), Residência de Pedro Ludovico Teixeira, Edifício do Teatro Goiânia, Edifício do antigo Grande Hotel, Edifício do Colégio Estadual Lyceu de Goiânia, Edifício da antiga Estação Ferroviária de Goiânia e o Edifício da antiga Escola Técnica de Goiânia (atual Instituto Federal de Tecnologia).

Point dos jovens

Além de ser considerado o centro político de Goiânia, na década de 1980 o Setor Central também era conhecido como o point entre os jovens. A Rua do Lazer, ou Rua 8, já naquele tempo era ponto de encontro para diversão nos barzinhos e no primeiro e único cinema de rua da cidade. Outro local de destaque da cultura urbana do Centro é o famoso Beco da Codorna localizado na Avenida Anhanguera.



Rua do Lazer. Centro de Goiania. Foto: secom



Assim como todas as coisas na vida, o auge do Centro da cidade também viveu seu declínio. Agora, aos poucos, o setor começa a retomar sua vivacidade. Comerciantes e empresários da região emplacaram uma campanha junto aos órgãos públicos para reviver o Centro com projetos feitos em parceria, que prometem reestruturar e revitalizar o setor. A expectativa é que, em breve, o setor retome a antiga alegria e pompa que o movimentaram desde que o setor era apenas um sonho projetado na cabeça dos urbanistas que desenharam Goiânia.