1) Juros altos freiam vendas de imóveis, mas lançamentos resistem, aponta indústria da construção

O mercado imobiliário brasileiro sofreu o primeiro impacto relevante das taxas de juros elevadas. Apesar de mais de 100 mil imóveis terem sido vendidos no 3º trimestre de 2025, houve queda de 6,5% na comparação anual. Até mesmo pelo programa Minha Casa Minha Vida houve retração nas vendas no período. Uma mostra de que a Selic em 15% encareceu o financiamento e reduziu o ritmo de compra das famílias. Os números são do levantamento da CBIC com a Brain Inteligência Estratégica divulgado nesta segunda-feira (17). De acordo com os indicadores, as exceções a essa retração anual foram as regiões Norte e Sul, que registraram crescimento nas vendas de 46,7% e 1,3%, respectivamente. O Nordeste teve queda de 7,9% em relação ao 3º trimestre de 2024, enquanto o Centro-Oeste registrou recuo de 20,8%, e o Sudeste, de 9,8%. O mercado financiado pelo SBPE, que abrange imóveis de R$ 500 mil a R$ 2,25 milhões e usa recursos da poupança, foi o mais afetado pelos juros. As vendas caíram 30,7%, e os lançamentos, 18,1%.

2) Congresso aprova criação do regime de atualização de valor de imóvel e resgata parte da MP do IOF

O Senado aprovou nesta terça-feira, 18, o projeto de lei que institui o Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp) com um “jabuti” (conteúdo fora do tema principal) que resgata parte da Medida Provisória 1.303/2025, que continha alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O texto segue agora para sanção presidencial. O relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), manteve a maior parte do texto da Câmara e afirmou que os ajustes feitos pela Câmara “foram bem-vindos”. O relator, no entanto, acatou uma emenda do Podemos para restabelecer o prazo de 36 meses para pagamento dos tributos e da multa prevista no programa — o texto da Câmara havia diminuído para 24 meses.

3) Setor imobiliário movimenta R$ 697 bilhões no mercado de capitais

O setor imobiliário ampliou sua presença no mercado de capitais brasileiro em 2025, com R$ 697 bilhões movimentados entre dezembro de 2024 e setembro deste ano, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O dado representa uma alta de 7,5% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O avanço foi impulsionado especialmente por dois instrumentos: os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que juntos responderam por mais de 88% desse volume. O patrimônio líquido dos FIIs chegou a R$ 370 bilhões, com alta de 5,9% no período, enquanto o estoque de CRIs cresceu 9,6%, totalizando R$ 245 bilhões.

4) Tokenização chega ao Minha Casa Minha Vida: fintech lança captação digital de R$ 13 milhões

A Versi, empresa de tecnologia do mercado imobiliário, anuncia uma oferta de token para levantar R$ 13 milhões via Mercado Bitcoin. O valor será destinado a financiar empreendimentos do Minha Casa Minha Vida. A operação marca a estreia da empresa em um modelo alternativo ao mercado de capitais tradicional. No ano passado, a Versi já havia recorrido a um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) de R$ 50 milhões. Agora, aposta em um instrumento digital que tenta replicar a lógica da renda fixa, mas com lastro em projetos imobiliários. 5) As vendas baixas do alto padrão, segundo a Bossa Nova O setor passou de um crescimento de 25% no acumulado de 12 meses no primeiro trimestre para 14% no segundo tri e encerrou o terceiro tri em 6,5%. “Nós acreditávamos que 2025 seria um ano muito forte, mas o mercado foi perdendo bastante a pujança ao longo dos meses,” Marcello Romero, o CEO da Bossa Nova Sotheby’s International Realty, disse ao Metro Quadrado. O relatório analisou o desempenho de vendas de imóveis com tíquete médio acima de R$ 2 milhões. Segundo Marcello, historicamente, os três últimos meses do ano sempre representaram um período de aumento nas vendas, o que não deve ser registrado neste ano, podendo levar o setor a encerrar 2025 sem crescimento.

6) Construtora de SC vai investir R$ 1,1 bilhão em estacionamento 'dentro do apê' acessado por rampa

A construtora catarinense Beco Castelo registrou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) um sistema inédito no Brasil, que permite ao morador estacionar o veículo dentro da própria unidade, por meio de rampas internas e acessos projetados em cada pavimento. Batizado de Park Haus, o conceito foi desenvolvido pela equipe técnica da incorporadora e é o primeiro do tipo no país, segundo o INPI. “Nós observamos uma tendência e uma crescente demanda por soluções em que é possível acessar a casa com o carro, sem a dependência de equipamentos mecânicos (como elevador veicular), de forma segura e autônoma. São desde famílias que buscam conveniência, praticidade e segurança até pessoas com mobilidade reduzida”, explica José Castelo, idealizador do projeto. Veja como funciona o Park Haus.

7) Congelamento de aluguéis pode piorar acesso à habitação, diz estudo

Congelar os aluguéis por quatro anos foi uma das promessas de campanha que ajudou a eleger o novo prefeito de Nova York, Zohran Mamdani. O discurso político focado no enfrentamento da crise habitacional não é novo e ganha força toda vez que a população perde poder aquisitivo. Mas para o CEO do GRI Institute, congelar aluguéis é uma intervenção agressiva para o mercado imobiliário. Os aluguéis disparam porque a oferta de imóveis está em baixa. E se os preços são congelados, a tendência é que ela diminua mais ainda, fazendo o aluguel encarecer lá na frente. Essa é a conclusão de um levantamento inédito do GRI que analisou mais de 40 pesquisas publicadas entre 2020 e 2025.

8) ‘Apartamentos para Airbnb’ saem de moda entre construtoras de SP; entenda motivos

Os apartamentos feitos para hospedagem, chamados NRs (sigla para não residenciais), tiveram queda expressiva de lançamentos na cidade de São Paulo. Nos últimos cinco anos, 16.676 imóveis com esse perfil foram lançados, segundo dados da consultoria de inteligência Brain. De 2021 para cá, o número dessas unidades lançadas passou de 3 mil na cidade 540 (até outubro). Os motivos da grande redução de lançamentos estão ligados a uma mudança na legislação municipal, à maior fiscalização do uso dessas unidades, à taxa de juros que reduz a rentabilidade da locação de imóveis financiados e à criação de edifícios puramente de alto padrão ou luxo.

9) Estágios irregulares colocam imobiliárias em alto risco jurídico e financeiro

Com o crescimento acelerado do mercado imobiliário, tem se tornado cada vez mais comum a contratação irregular de estagiários por imobiliárias, muitas vezes sem o devido cuidado com o que está disposto na Lei 11.788, a lei do estágio. Com isso, o CRECI intensificou a fiscalização. Empresas que não comprovarem que o estágio está regularizado e vinculado a um curso autorizado podem enfrentar graves riscos jurídicos, incluindo multas elevadas e o reconhecimento de vínculo trabalhista, com todos os encargos retroativos.

10) Sem recepção e 100% digital: como funcionam os hotéis autônomos que chegam ao Brasil

Quem procura um lugar seguro para descansar depois de horas de viagem ao volante, pode se surpreender ao encontrar um hotel autônomo nas estradas brasileiras. Sem recepção ou equipe fixa e com uma operação completamente digital, a ideia é simples: oferecer hospedagem rápida, acessível, segura e tecnológica para quem precisa de um descanso antes de seguir viagem. Tudo é feito pelo celular: o motorista acessa o site ou aplicativo do hotel, escolhe a unidade, faz o pagamento online e recebe uma senha para abrir a porta do quarto. Ao chegar, basta digitar o código na fechadura eletrônica. Não há contato humano. Franquias oferecem quartos prontos em até 45 dias e operação 100% automatizada para quem viaja pelo país, com diárias de R$ 119.


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Caio Lobo, o incorporador


Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.