1) Imóveis têm recorde de lançamentos no 1º semestre, mas estoque encolhe e vendas estabilizam
O mercado imobiliário brasileiro bateu recorde de lançamentos no primeiro semestre de 2025. Segundo a pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), houve um aumento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando 186,5 mil unidades — o melhor resultado desde o início da série em 2006. Na avaliação do economista-chefe do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP), Celso Petrucci, responsável pela apresentação da pesquisa, o mercado caminha para um cenário de “estabilidade”, após atingir patamares recordes.
2) Intenção de compra de imóveis bate recorde no País; veja os principais desejos
A intenção de compra de imóveis atingiu patamar histórico no País. Uma nova pesquisa da consultoria de inteligência de dados Brain mostra que quase metade dos entrevistados, 49%, pretende adquirir um imóvel nos próximos 24 meses. O número é o mais alto já registrado na série histórica da consultoria, que começou em 2020. Os grupos com maior intenção de compra são os jovens da geração Z, as famílias com renda acima de R$ 20 mil e os moradores do Sudeste. O apartamento continua sendo o tipo de imóvel mais desejado, mas as casas em rua seguem bem próximas, principalmente no interior do País. Para o consumidor de alta renda, com salário acima de R$ 20 mil mensais, a intenção de compra chega a 58%, sendo a mais alta de todas as faixas do estudo.
3) Dispara o número de brasileiros que vivem de aluguel, revela IBGE
O número de brasileiros vivendo de aluguel aumentou nada menos que 45,4% nos últimos 8 anos, segundo revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE, divulgada na sexta-feira, 22. Embora a maior parte dos brasileiros ainda viva em casa própria, essa porcentagem também vem caindo na mesma proporção. De acordo com os dados da PNAD, em 2016, 73,0% da população viviam em domicílios próprios (sejam eles comprados e quitados ou em financiamento) contra 67,6% em 2024, uma queda de 5,2 pontos porcentuais. Em compensação, o número de pessoas pagando aluguel passou de 18,4% para 23% no mesmo período. Eram 12,3 milhões de domicílios alugados em 2016; no ano passado já eram 17,8 milhões, um aumento de 45,4%.
4) Poupança vai ter papel de mitigar volatilidade do juro no crédito imobiliário, diz Abecip
A poupança seguirá tendo uma função no crédito imobiliário, mas será mais no sentido de mitigar a volatilidade nas taxas de juros, e não de promover o crescimento desse crédito, afirmou o presidente da Abecip, Sandro Gamba, ao comentar sobre a transição para um novo modelo de funding na indústria. O novo modelo de crédito imobiliário deve dar fim ao direcionamento da poupança para o financiamento e permitir que bancos usem esses recursos, que são mais baratos, desde que eles concedam crédito habitacional no mesmo montante. Ou seja, caso o banco capte R$ 1 mil com instrumentos de mercado e conceda esse valor em crédito imobiliário, teria R$ 1 mil em recursos da poupança, que têm um custo menor, para usar como desejar. Com isso, a ideia é que a poupança sirva como um equalizador das taxas, mantendo o custo de crédito próximo ao que é praticado no modelo atual.
5) MCMV para a classe média ainda patina e setor conversa sobre ajustes para acelerar vendas
Promessa do governo Lula para ajudar a classe média a comprar a casa própria, a faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida foi lançada em maio, mas ainda não deslanchou, conforme números do setor obtidos pelo Estadão. A expectativa de governo e construtoras é de que o novo segmento ganhe tração ao longo dos próximos meses, mas, enquanto isso, surgem algumas conversas em torno de possíveis ajustes para acelerar os negócios. O representante da CBIC acrescentou que o financiamento para as construtoras na faixa 4 do MCMV começou a rodar, mas com recursos de tesouraria (ou seja, sem juro subsidiado). E, por conta disso, ainda não se tornou muito atrativo para os empresários. Segundo Duarte, há uma conversa com o governo em torno da viabilização de uma fonte de recursos com custo mais competitivo para financiar a produção para essa faixa. “O governo estuda flexibilizar financiamento para pessoa jurídica na faixa 4 do MCMV para acelerar lançamentos”, afirmou.
6) Multifamily: Mercado de locação profissional ganha força em meio a juros elevados
No primeiro trimestre de 2025, o setor de multifamily - também conhecido como residencial para renda - representou 28% de todas as transações imobiliárias realizadas no mundo, superando os setores industrial (23%), de escritórios (22%) e de varejo (19%), de acordo com dados levantados pela CBRE. No Brasil, apesar de ainda ser uma pequena fração do mercado imobiliário (0,1%), a tendência também é de expansão, especialmente em grandes centros urbanos, como São Paulo, onde o estoque de imóveis do segmento está majoritariamente concentrado. Essa é a leitura dos players pioneiros do setor no país que foi compartilhada durante uma roundtable do GRI Institute que destacou a evolução do mercado brasileiro, identificando desafios e um enorme potencial de crescimento.
7) Lançamentos do MCMV caem 15,5% no 2º tri ante 2º tri de 2024, diz CBIC; vendas sobem 11,9%
O programa representou 47% dos lançamentos totais do mercado no segundo trimestre (ante 53% no mesmo período do ano anterior) e 46% das vendas (ante 42% no mesmo período do ano anterior). Os dados foram divulgados hoje pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O economista Celso Petrucci afirmou que o orçamento destinado ao financiamento de obras do MCVM estava acabando na metade do ano, mas já foi ampliado. “Pode ser que a queda nos lançamentos tenha a ver com essa falta de recursos em junho e julho”, comentou.
8) Conselho de corretores publica norma para tokenização imobiliária no Brasil
O Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) publicou uma resolução que regulamenta a tokenização imobiliária no Brasil. A medida era bastante esperada pelo setor, uma vez que já há empresas que atuam com compra e venda de imóveis registrados em blockchain, mas ainda sem regras sobre como poderiam operar. Com a resolução, nascem figuras como a do Token Imobiliário Digital (TID) e das Plataformas Imobiliárias para Transações Digitais (PITDs). As empresas que quiserem atuar neste mercado de tokens imobiliários terão que se credenciar junto ao sistema Cofeci-Creci para se tornarem PITDs. Além disso, a norma coloca os corretores de imóveis como intermediários estratégicos.
9) Paróquia onde Padre Marcelo Rossi iniciou terá obra MCMV de R$ 250 milhões
A empresa MagizLZ, conhecida por realizar obras dentro do Minha Casa, Minha Vida, decidiu investir R$ 250 milhões para desenvolver duas torres em um terreno de 5 mil m² na Vila Mascote, em São Paulo. O lançamento será em outubro. O espaço, que já foi completamente demolido, funcionava como uma estrutura administrativa que organizava e gerenciava as ações pastorais, administrativas e jurídicas da Arquidiocese. O projeto teve uma aprovação complexa, pois uma das exigências para a aquisição foi manter a Paróquia do Perpétuo Socorro e Santa Rosália no terreno, junto aos prédios. A paróquia, foi onde o famoso e conhecido padre Marcelo Rossi iniciou seu ministério sacerdotal.
10) Center Norte começa a construir ‘cidade’ de R$ 7,7 bilhões em São Paulo
A Cidade Center Norte, maior projeto imobiliário do grupo Baumgart desde os anos 90, começa a colocar de pé a fase inicial do plano com projeção de atingir valor geral de vendas (VGV) de R$ 7,7 bilhões em até 15 anos. Trata-se do potencial da receita referente à construção das primeiras torres de imóveis da “Cidade”, numa etapa que deve alcançar R$ 2 bilhões em investimentos até o fim de 2030. As primeiras fases de lançamento do grupo devem durar cinco anos, e incluem, neste mês, o anúncio de início da construção do bairro completo planejado, conforme Fernandes. Serão torres residenciais, corporativas e mistas, que somam de três a quatro empreendimentos (o número deve variar segundo a demanda) de um total de 15 na Cidade Center Norte.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.