1) COPOM mantém Selic em 15% ao ano

Após 7 altas consecutivas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros em 15% ao ano, maior patamar desde 2006. A decisão foi anunciada após reunião realizada nesta quarta-feira (30/7). A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) avalia que a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano impõe grandes desafios ao desenvolvimento econômico do país. Atualmente, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking dos países com os maiores juros reais do mundo. Esse cenário gera impactos diretos sobre a sociedade: o crédito fica mais caro, o consumo das famílias é reduzido, a produção encarece, as empresas enfrentam maiores dificuldades para operar e o acesso à moradia é severamente comprometido — afetando milhares de famílias brasileiras.

2) Sorocaba, Belém e Santo André disparam em atratividade imobiliária no 2º trimestre; Salvador tem maior queda

Os dados são da quarta rodada do Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil), que tem uma amostragem de 77 cidades brasileiras com potencial para investimentos em imóveis residenciais verticais. O mercado imobiliário voltado ao público de renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 12 mil apresentou mudanças importantes. São Paulo voltou ao pódio, dividindo a segunda colocação com Curitiba e Fortaleza, impulsionada pela força da atratividade de novos lançamentos. O mesmo aconteceu com Sorocaba, que seguiu firme na escalada, ganhando duas posições e assumindo a 5ª colocação. No perfil médio, Curitiba conquistou a 3ª colocação, superando o Rio de Janeiro, com avanços expressivos na atratividade de lançamentos novos e antigos.

3) Imóveis para famílias perdem 36% de área em 20 anos em SP

Apartamentos de dois quartos, comercializados para famílias e principal produto do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), perderam 22 metros quadrados em duas décadas em São Paulo, segundo dados do Secovi-SP, sindicato do setor imobiliário. No ano passado, a área média dos imóveis desse tipo lançados na cidade foi de 38,6 m2. O setor produtivo reconhece que os imóveis estão menores, mas afirma que as famílias também estão. “Pesquisas internas da empresa indicam que a família média brasileira é composta por até três pessoas”, afirma Amanda Bezerra, diretora de produto e inovação da incorporadora Tenda. Muitos decidem ter só um filho, nenhum ou mesmo apenas um pet, lembra Renée Silveira, diretora de incorporação da Plano&Plano.

4) Financiamento imobiliário com recursos da poupança atinge R$ 11,2 bilhões em junho, aponta ABECIP

O volume representa o quinto melhor resultado histórico para o mês, apesar de apontar uma queda de 1,5% em relação a maio e retração de 33,8% na comparação com junho de 2024. No total, foram financiados 33,4 mil imóveis no mês, leve alta de 0,9% frente a maio, mas uma queda de 33,7% na comparação anual. Ainda assim, o resultado garantiu a décima melhor marca da série histórica para meses de junho. Já no acumulado do primeiro semestre, os financiamentos somaram R$ 73,6 bilhões, uma retração de 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

5) INCC-M fica em 0,91% em julho e sobe para 7,43% no acumulado em 12 meses

O INCC-M registrou variação de 0,91% em julho, levemente inferior ao resultado de 0,96% observado no mês anterior. Com isso, o índice acumula alta de 7,43% em 12 meses, representando um avanço expressivo em comparação com julho de 2024, quando o índice acumulava alta de 4,42% no mesmo período. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (28/7), pelo FGV IBRE. O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,86% em julho, contra alta de 0,13% no mês anterior. Já o componente Mão de Obra teve variação de 0,99% em julho, marcando um recuo expressivo quando comparada ao índice de 2,12% observado em junho.

6) LCI, CRI e FII avançam no funding imobiliário, enquanto poupança estaciona

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) avançaram no funding imobiliário após um período de retração no início de 2024. De acordo com a Abecip, as emissões de LCI cresceram 25% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Este avanço foi impulsionado pela redução gradual do prazo de carência do investimento, que caiu de 12 para 9 meses e, depois, para 6 meses. “A LCI deve se tornar a estrutura mais importante para o funding imobiliário”, diz Sandro Gamboa, presidente da Abecip. Os dados da Abecip apontam que, de junho de 2024 a junho deste ano, a poupança não avançou na composição do funding, permanecendo em R$ 762 bilhões do total de RS 2,52 trilhões.

7) Projeto de lei amplia indenizações habitacionais e gera bomba fiscal de R$ 38 bi

Um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados cria uma bomba fiscal de R$ 37,5 bilhões para a União ao ampliar indenizações por defeitos na construção de imóveis financiados pelo antigo SFH (Sistema Financeiro de Habitação), além de flexibilizar as condições de repasse dos valores. O texto é tão amplo que obriga o pagamento até nos casos em que o imóvel não existe mais —o que torna impossível realizar perícia para verificar se os problemas vieram da construção original.

8) Pela primeira vez garantias pagas superam fiador nos contratos de aluguel no Brasil

Por muito tempo, o fiador figurou como o tipo de garantia mais utilizado nos contratos de locação. No entanto, conforme dados recentes da Superlógica, pela primeira vez as garantias pagas superaram o fiador como modalidade mais usada nos contratos de locação. De janeiro até julho de 2025, as garantias pagas tiveram presença em 30% dos contratos, contra 29% do fiador.

9) Setor hoteleiro projeta novo ciclo diante de bons resultados e oferta limitada

O mercado hoteleiro brasileiro vive um momento de consolidação da recuperação pós-pandemia e projeta um novo ciclo de crescimento nos próximos anos. Em uma Roundtable do GRI Institute Brazil realizada em São Paulo com executivos da Atlantica, Cidade Matarazzo, Meliá e Rosewood, os participantes destacaram o desempenho expressivo de indicadores como diária média e ocupação, mas também alertaram para os desafios estruturais que limitam a expansão do setor. Segundo dados apresentados, a hotelaria nacional atingiu em 2025 os mesmos níveis de desempenho registrados em 2013, considerado até então o melhor ano do setor. A análise considera os indicadores corrigidos pelo IPCA. “O investimento em hotelaria voltou a fazer sentido”, afirma o executivo.

10) O apagão de mão de obra na construção civil brasileira e o aumento no preço dos imóveis

A construção civil enfrenta um gargalo silencioso: a escassez de mão de obra qualificada. Em plena expansão, com diversos empreendimentos sendo lançados, faltam profissionais com preparo técnico, o que compromete prazos, eleva custos e pressiona os preços dos imóveis. É uma situação que evidencia um tipo diferente de desemprego, chamado de desalinhamento de competências. Há vagas, mas falta gente preparada para ocupá-las. Um dos setores dentro do mercado imobiliário mais carente para esse tipo de mão de obra especializada é o do alto padrão, nas áreas de acabamento e finalização, que exigem um conhecimento técnico maior. A ausência de profissionais preparados em volume suficiente tem impacto direto nos preços dos imóveis para os consumidores. A escassez encarece a contratação, eleva os custos operacionais e, consequentemente, pressiona os valores de venda dos imóveis. Em um mercado já afetado pelos juros altos, que dificultam o financiamento para a produção e encarecem o crédito para o comprador, esse cenário aprofunda o desafio de equilibrar oferta, demanda e acessibilidade. 

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Caio Lobo, o incorporador


Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.