A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) promoveu uma apresentação sobre o crédito imobiliário ministrada pelo especialista em negócios imobiliários do Banco Santander, Bruno Benício de Melo. O evento aconteceu na noite da última terça-feira (18), na sede da Ademi-GO, e contou com a presença e participação de diversas incorporadoras associadas.

Na atual conjuntura econômica brasileira, com a taxa Selic sendo mantida a 15% ao ano por período prolongado pelo Banco Central (BC), as incorporadoras e construtoras têm sentido o impacto direto na execução dos projetos. Em entrevista à AutImob, o presidente da Ademi-GO, Felipe Melazzo, destacou esse efeito e a importância de buscar alternativas para contornar a situação.

“O impacto é gigante porque a gente tem reduzido o funding, e se reduziu de forma significativa. Hoje o Santander está aqui para mostrar um pouco de algumas formas de como financiar a produção”, destacou Melazzo sobre o objetivo da ação promovida pela Associação.



Felipe Melazzo em entrevista à AutImob. Foto: Paula Resplandes 

Cenário atual

Com o tema “Crédito Imobiliário – Panorama e Tendências”, o especialista em negócios imobiliários do Santander, Bruno Benício, apresentou os dados no panorama nacional e local. De acordo com ele, atualmente, o mercado imobiliário representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Em 2025, o crédito imobiliário se normaliza em um novo patamar, com os recursos livres se consolidando como a principal fonte de financiamento. Além disso, a valorização dos imóveis e a demanda do mercado secundário têm se destacado.

O estoque de LCI (Letras de Crédito Imobiliário) cresceu 30% ao ano e o de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) teve aumento de 15% a/a. No geral, o estoque de funding livre (LCI, CRI, FII, etc.) cresceu 17% ao ano, representando 44% do total. “A LCI cresceu 30%, e a gente já vê que é o principal funding do mercado imobiliário. Não consideramos mais a poupança como principal funding”, destacou Bruno na apresentação.

Panorama local

No momento, Goiânia é o maior mercado fora do eixo Sul/Sudeste em financiamentos para aquisição, com produção de R$ 4.252 milhões e 4% de distribuição nacional. Em relação ao mercado primário, em Goiânia, houve valorização imobiliária acima da inflação (IGMI-R acima do INCC-DI). O preço médio do metro quadrado de estoque residencial vertical é R$ 10.463, abaixo da média dos grandes mercados.

Diante do cenário, a Ademi-GO tem procurado intensificar as ações em prol de soluções conjuntas, que beneficiem os incorporadores. “Goiânia tem, durante os últimos três anos, ocupado o posto de terceiro maior mercado imobiliário do país, e não é à toa. Justamente fruto dessa parceria com as instituições financeiras, principalmente para a construção das pontes do que a Ademi vem fazendo com essas instituições. Dentro desse princípio, nós passamos a adotar, a partir do final do ano passado, uma política de visitar todas as instituições financeiras para apresentá-los ao mercado, como estão os lançamentos, como estão se performando as vendas desses nossos projetos, o estoque do ano, informações que podem ser importantes na hora de analisar o projeto, de entender um pouco mais a conjuntura de alguma operação”, pontuou o diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO, Credson Batista.

“A Ademi-GO é formada essencialmente por incorporadores e queremos melhorar a vida dos nossos associados no dia a dia, esse é o nosso objetivo”, complementou Felipe Melazzo. Na ação, os presentes puderam apresentar suas dúvidas sobre o tema e debater sobre as dificuldades e resoluções para o setor. Estiveram na apresentação representantes das empresas do mercado imobiliário goiano: Palme, GPL, WV Maldi, EBM, Engeo, Sousa Andrade, Euro, Flamboyant Urbanismo e SOMOS Desenvolvimento Imobiliário.