O Governo Federal já anunciou diversas alternativas que prometem favorecer a construção civil e o mercado imobiliário como um todo em 2026. Entre as medidas estão: o novo modelo de crédito com recursos da poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o lançamento da faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida e o Programa Reforma Casa Brasil. O movimento é visto pelo mercado com otimismo.

Médio e alto padrão

O novo modelo de financiamento imobiliário, que moderniza as regras de direcionamento do SBPE e amplia os recursos disponíveis para o crédito imobiliário, tende a diminuir as restrições de oferta de crédito habitacional e a beneficiar o mercado de médio e alto padrão. Isso devido às diversas mudanças estabelecidas.

Segundo o Banco Central, o novo modelo liberou imediatamente R$ 36,9 bilhões para financiamento habitacional. Já a Caixa Econômica Federal anunciou elevação de 70% para 80% do percentual máximo financiável dos imóveis.

No que está implicado no direcionamento dos recursos da caderneta de poupança, atualmente, dos recursos depositados são destinados obrigatoriamente para crédito imobiliário, 20% para recolhimento compulsório no Banco Central e 15% de uso livre pelos bancos.

Porém, o novo modelo define em 15% para o recolhimento compulsório anual, desde que recursos excedentes sejam usados no financiamento imobiliário. Além disso, a porcentagem deve diminuir gradativamente até zerar em 10 anos. Assim, todos os recursos da poupança serão utilizados no financiamento imobiliário, o que melhora as condições de crédito.

Baixo padrão

Para o mercado imobiliário de baixa renda, o impulsionamento deve ficar a cargo dos R$ 144,5 bilhões aprovados pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a habitação. O montante será direcionado, principalmente, para o Minha Casa, Minha Vida. Inclusive, o governo criou a nova faixa do programa, voltada a famílias com renda entre R$ 8,6 e R$ 12 mil, ampliando o alcance da política habitacional.

Além disso, o Programa Reforma Casa Brasil prevê R$ 40 bilhões em crédito habitacional, sendo R$ 30 bilhões do Fundo Social e R$ 10 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com juros reduzidos e suporte técnico gratuito para execução das obras. O programa é voltado para famílias com renda de até R$ 9,6 mil e permite empréstimos de até R$ 30 mil.

Assim, a expectativa é de que a construção civil apresente um crescimento gradual ao longo de 2026. Também deve haver impacto positivo das medidas sobre a demanda por mão de obra setorial. Com isso, se espera que o PIB da Construção Civil avance 2,1% em 2026, após perspectiva de crescimento médio de 1,2% no ano corrente.