Anápolis vem consolidando sua posição como um dos principais polos de crescimento no Centro-Oeste, tanto em população quanto em negócios. Entre 2023 e 2025, o município recebeu cerca de 17 mil novos moradores, segundo levantamento do Sinduscon Anápolis, em parceria com o Instituto Prospecta. A cidade registrou uma Taxa Geométrica de Crescimento Anual (TGCA) de 1,47%, o que representa, em média, 5,8 mil pessoas a mais por ano.

Os números confirmam a tendência já apontada pelo Censo Demográfico 2022 do IBGE, que colocou Goiás como o segundo estado brasileiro que mais recebeu migrantes no período de 2017 a 2022. Nesse cenário, Anápolis se destacou como a terceira maior cidade do estado, com crescimento populacional de 19,18% entre 2010 e 2022, passando de 334,6 mil para quase 399 mil habitantes.

De acordo com Luiz Antônio Rosa, presidente do Sinduscon Anápolis, esse movimento está diretamente ligado ao novo perfil migratório do país. “Há uma evasão dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, em busca de mais qualidade de vida. As cidades médias, como Anápolis, têm sido a escolha preferida dessas famílias”, afirmou em entrevista ao Diário da Manhã.

Reflexos no mercado imobiliário

A expansão populacional já se traduz em aquecimento imobiliário. Dados do Sinduscon Anápolis mostram que, no segundo trimestre de 2025, as vendas cresceram 43,4% em relação ao mesmo período de 2024, atingindo um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$1,8 bilhão.

O estudo também aponta valorização de 15,14% nos apartamentos e de 25,45% nas casas no comparativo anual. Apesar do ritmo acelerado de comercialização, 32,8% das famílias anapolinas ainda não possuem casa própria, vivendo em imóveis alugados ou cedidos, um cenário que amplia o potencial de negócios no setor.

Economia em expansão

A boa fase da cidade não se limita ao mercado imobiliário. Anápolis tem o segundo maior PIB de Goiás e vem registrando resultados expressivos na geração de empregos. Apenas entre janeiro e abril de 2025, foram criadas 2.142 vagas formais, segundo o Ministério do Trabalho. O setor de serviços liderou as contratações, seguido pela indústria, tradicional motor econômico do município. Em maio, Anápolis se manteve em destaque, ocupando a 5ª posição na criação de empregos em Goiás.

Outro fator de competitividade é o custo de vida reduzido. Um estudo do site Custo de Vida, divulgado em 2023, apontou a cidade como a segunda mais barata para se viver no Brasil, o que amplia o poder de compra dos moradores e contribui para a atratividade regional.

Para Juliano Santos, vice-presidente do Sinduscon Anápolis, a combinação desses fatores fortalece a permanência dos novos moradores. “A decisão de ficar está diretamente ligada ao custo de vida acessível, às oportunidades profissionais e à qualidade de vida que encontram aqui”, avalia.