O perfil social do brasileiro vem mudando ao longo dos últimos anos, fator que confere uma dinâmica diferente, com necessidades distintas do que era considerado em alta nas décadas anteriores. Os jovens estão se casando menos e cada vez mais tarde, e a duração dos casamentos tem diminuído no país, alterando o perfil de compradores e de tipologias mais buscadas no mercado imobiliário.

Uma pesquisa realizada pelo U.S. Census Bureau, baseado na Survey of Income and Program Participation (SIPP), demonstra que isso é uma tendência internacional. O levantamento apontou que o número de casamentos entre jovens diminuiu. Na década de 1970, mais de 80% dos homens estavam casados até os 30 anos de idade, no entanto, em 2025 esse percentual caiu para cerca de 23%.

O perfil social mostra que as prioridades mudaram. Agora, a meta dos mais jovens é alcançar a estabilidade profissional, financeira e emocional antes de pensar em casamento.

Essa nova dinâmica tem impacto direto em vários aspectos, inclusive no mercado imobiliário. Em associação ao fluxo dos jovens em busca de realização profissional, mais pessoas solteiras e famílias menores, os imóveis compactos se tornaram os “queridinhos” dos investidores.

“As unidades compactas têm sido, cada vez mais, uma realidade na dinâmica do mercado imobiliário no Brasil, e Goiânia não é diferente. Esse movimento se deve principalmente à dinâmica desses apartamentos estarem sendo utilizados como investimento na modalidade de locação de curta temporada, as famosas locações de Airbnb, principalmente para pessoas que chegam nas capitais, que vêm de outras cidades e utilizam esses apartamentos, muitas vezes, como ponto de apoio no seu trabalho”, relaciona Credson Batista, diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás).

Além disso, o tempo de duração dos casamentos diminuiu no país. Os novos números da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no último dia 10 de dezembro, apontaram que a média de duração dos casamentos, que há 20 anos era de 17,1 anos, em 2024 caiu para 13,8 anos.

Essa nova realidade também pode ser diretamente associada ao aumento da procura por imóveis compactos. A tendência é que, ao se divorciar, as pessoas busquem por imóveis de transição, o que leva à preferência por unidades para locação ou até a aquisição de apartamentos menores, sem a necessidade de abrigar famílias inteiras.

“Com jovens casando cada vez mais tarde, é natural também que utilizem esses apartamentos, seja locados ou seja para aquisição, durante o período da sua vida que estejam solteiros ou recém-casados”, reforça Credson.

Em 2024, por exemplo, as vendas de apartamentos de até 50 metros quadrados, os chamados compactos, representaram cerca de 40% do total de imóveis comercializados no ano, em Goiânia. Ao todo, foram 4.324 unidades desse tipo vendidas, conforme números da Ademi-GO, trazendo à tona uma oportunidade com grande potencial.

“A perspectiva é de que esses lançamentos continuem acontecendo, principalmente devido à atratividade do retorno desses empreendimentos com a locação. Então, cada vez mais, investidores têm buscado essas plantas para que possam rentabilizar seus investimentos no mercado imobiliário”, pontuou o diretor de pesquisas da Ademi-GO.