Uma tendência crescente, cada vez mais presente nos novos empreendimentos imobiliários, é a presença de pontos comerciais no térreo dos prédios residenciais e corporativos da capital. As fachadas ativas, como são tecnicamente chamadas, são incentivadas principalmente pelo novo Plano Diretor de Goiânia, que traz alguns benefícios aos projetos que aplicam o diferencial.

O Plano Diretor de Goiânia (PDG), aprovado em 2022, estabelece algumas isenções para projetos que possuem fachada ativa. À AutImob, o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, explicou que, conforme o novo PDG, “não se aplica nessas áreas privativas de salas comerciais da fachada ativa a Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC)”, o que reduz os custos para as construtoras e incorporadoras.

A OODC é um instrumento urbanístico que possibilita a construção em áreas acima do limite de aproveitamento estabelecido pelo Plano Diretor, mediante o pagamento de uma contrapartida ao município, que é destinada ao financiamento de obras e projetos de infraestrutura pública. Como as salas comerciais representam um benefício também à população, a iniciativa isenta o pagamento das taxas adicionais.

“Para as incorporadoras têm a redução do custo de aprovação, que é muito caro. É um projeto que, se for aprovado, além do custo do projeto, as taxas pagas à Prefeitura de Goiânia, se você for pegar essa outorga onerosa e a transferência do direito de construir, para um prédio residencial de tamanho normal, pode chegar a quase um milhão de reais”, detalha Felipe Melazzo.

“Quando coloco essa fachada viva, reduzo esse pagamento”, complementa, acrescentando o ponto que costuma ser um incentivo à implementação das salas comerciais. De acordo com Felipe, a medida também traz benefícios à cidade e aos moradores do prédio. “O ponto positivo é mais para a cidade, você traz vida, traz movimento, traz o comércio ativo”, pontua.

Estímulo à implementação nos novos projetos 

Segundo o presidente da Ademi, as fachadas ativas serão uma tendência comum, também influenciada pelo adensamento populacional, que aumenta nos bairros mais nobres como Setor Marista e Bueno. “Vamos começar a ver isso também no Jardim América, no Serrinha, no Jardim Goiás, que tem uma população maior nesses bairros, com poder aquisitivo também um pouco maior. A tendência é que você tenha mais essas fachadas ativas, porque pode instalar ali mini comércios, restaurantes, pontos que tragam alguma comodidade para a população daquele empreendimento”, explica Melazzo.

Felipe Melazzo reitera que a comodidade e facilidade em ter pontos comerciais práticos, como mini mercados, padarias e lojas de conveniência mais acessíveis aos moradores também é um ponto-chave para a implementação das fachadas ativas. “Isso vai ficar cada vez mais recorrente, cada vez mais usual, conforme o crescimento da cidade”, pontua.

As fachadas ativas já são uma aposta de empreendimentos lançados recentemente, aplicada tanto em prédios residenciais quanto comerciais. A exemplo disso temos o NOMAD Modern Life, da SOMOS, prédio residencial que conta com um espaço para sala comercial; no Passeo Opus Offices, novo projeto corporativo da Opus Incorporadora, também haverá seis pontos de conveniência no térreo.


Entrada Social do Hello Vision
Entrada Social do Hello Vision



Além destes, entre os novos lançamentos residenciais mais recentes, ainda temos o Senda by Palme, da Palme Construtora e Incorporadora, com seis salas comerciais no projeto; e o Hello Vision, da GPL, que também terá espaço para pontos comerciais de fachada ativa.