A Reforma Tributária entra em vigor em 2026 e com ela uma mudança significativa para o mercado imobiliário. Segundo especialistas, de modo geral, não há motivos para “pânico”, visto que a fase é de adaptação, no entanto, o custo tributário de várias etapas da obra, especialmente serviços e insumos, deve aumentar.

Em entrevista à AutImob, Luiz Carlos Ongaratto, sócio da Vertente Invest e professor de economia, explicou que a Reforma “deve mexer diretamente com os custos, os preços e o ritmo de investimentos do mercado imobiliário, afetando construtoras, incorporadoras e, no fim da cadeia, o consumidor”, destacou.

Conforme o especialista, o aumento dos custos deve reduzir a margem de lucro. Além disso, as mudanças causadas pela Reforma vão exigir projetos mais eficientes e pode levar ao adiamento de lançamentos, principalmente nos empreendimentos de médio e alto padrão.

“Nos projetos de médio e alto padrão, praticamente toda a cadeia passa a ser tributada pelo novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) sem benefícios relevantes. Isso reduz a margem das incorporadoras e encarece o custo total do empreendimento”, explicou.

Já na habitação popular, a legislação prevê redutores e tratamentos diferenciados, justamente para evitar que o imposto inviabilize o acesso à moradia. Essa diferença cria um efeito direto no mercado. “Enquanto o segmento popular tende a manter viabilidade econômica, o médio e alto padrão ficam mais expostos ao aumento de custos e à menor flexibilidade para repassar preços, especialmente em um cenário de renda pressionada”, detalha.

Nesse contexto, o acesso a crédito passa a ser decisivo. Empresas com bom acesso ao financiamento bancário ou ao mercado de capitais conseguem diluir o impacto tributário ao longo do tempo, reduzindo o custo financeiro do projeto.