A valorização dos imóveis no Brasil tem surpreendido investidores e consumidores. Em 2024, a rentabilidade total bruta dos imóveis residenciais atingiu 19,1% ao ano, segundo levantamento do QuintoAndar em parceria com o FGV Ibre. É um salto considerável em relação aos 16,4% registrados em 2023. Esse índice inclui a soma do rendimento médio com aluguel e valorização dos ativos, consolidando os imóveis como uma das opções mais atrativas para quem busca segurança e retorno financeiro.

O estudo aponta ainda que, em algumas capitais, a rentabilidade ultrapassou a média nacional. Em São Paulo, chegou a 17,2%, enquanto Belo Horizonte registrou impressionantes 26,6%. O Rio de Janeiro, por sua vez, ficou em 12,9%.

Mas entre os grandes destaques está Goiânia, onde a valorização foi ainda mais expressiva. Segundo relatório da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), os imóveis da capital goiana tiveram aumento de 22% no valor médio por metro quadrado no primeiro trimestre de 2025, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. A cidade também registrou um crescimento de 10% nas vendas e um valor médio de R$ 10.261/m², superior à média nacional e à própria média da cidade em 2024, que foi de R$ 9.287/m².

Entre os fatores que impulsionam essa valorização estão o novo Plano Diretor de 2024, que reduziu o adensamento em diversas áreas da cidade, a alta no custo da construção e o crescimento da demanda. “Com menos unidades sendo construídas por terreno, o preço de cada imóvel acaba incorporando uma fração maior do valor do solo”, explicou o presidente do Conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk. Segundo ele, a procura por moradia cresceu, mas os novos lançamentos não acompanham a mesma velocidade.

A alta demanda também é evidente: apenas nos três primeiros meses de 2025, foram 2.592 unidades residenciais vendidas em Goiânia, número 47% maior do que no mesmo período do ano anterior. No total, R$ 16 bilhões foram movimentados pelo setor em 2024, somando unidades residenciais, comerciais, hotéis e incorporações horizontais.

Durante a AutLive, o sócio-fundador da City Incorporadora, João Gabriel Tomé, reforçou como o tempo é um aliado poderoso na valorização dos imóveis, especialmente quando a escolha é feita com visão de longo prazo.

“Meu pai contou uma história que nunca esqueci. Ele queria comprar um lote, mas tinha pouquíssimo dinheiro na época. Um corretor arrumou pra ele um terreno do lado do Córrego Vaca Brava, em uma área que parecia improvável. Trinta anos depois, ele construiu um prédio ali: o Mirante do Lago. É impressionante como uma escolha certa no tempo certo pode transformar tudo. Esse é o poder da valorização imobiliária”, contou João Gabriel.

Para ele, essa lógica se repete em Goiânia e coloca a cidade em uma posição estratégica de crescimento.

“Enquanto em Miami tem fila para comprar imóveis a 130 mil reais o metro quadrado, aqui as pessoas ainda se assustam com R$ 13 mil. Mas isso só mostra o quanto ainda temos espaço para crescer. Goiânia é jovem, e isso representa oportunidade”, afirmou.

De volta de uma viagem à Europa, o empresário destacou também o potencial histórico que ainda será escrito pela cidade.

“Visitamos castelos com 500 anos, lugares com séculos de história. Goiânia tem menos de 100. Ainda estamos construindo a nossa identidade. E quem entra agora, entra no começo de uma história de valorização que só tende a crescer.”

A combinação entre crescimento urbano, mudanças no plano diretor, escassez de terrenos bem localizados e a constante procura por moradia coloca Goiânia no centro das atenções do mercado imobiliário nacional. Para quem pensa em investir, o momento não é só promissor, é decisivo.