Imponente como sua história, o Parthenon Center segue impetuoso no coração da capital, como quem sabe que é parte da história arquitetônica de Goiânia, como um marco da transformação da cidade. O edifício inspirado nos clássicos da mitologia grega, recebeu o nome do templo que homenageia a deusa grega Atena Partenos, e sinaliza que a inspiração funcionou, já que, desde sua inauguração, em 1976, ainda é visto pelos goianienses como um monumento.

O Parthenon foi lançado como a “maior obra arquitetônica do Estado de Goiás”. Era o que dizia o anúncio da Pro Valle Construtora e Incorporadora veiculado na revista Veja, em 1976. À época, era visto como moderno, diferente, autêntico, já que seguia uma linha diferente da arquitetura Art Dèco tradicional na capital.

O prédio foi construído no coração da cidade, ocupando um quarteirão inteiro, com acessos pelas ruas 4, 7, 17 e 6 do Centro de Goiânia. Gigante para os moldes da época, o Parthenon possui 45.988,10 m² de área construída; 22 pavimentos servidos por 5 elevadores e 3 módulos em quase 70 metros de altura.

O anúncio da revista retratava toda essa imponência, destacando a amplitude e modernidade do edifício comercial: o primeiro heliporto de Goiânia. O Parthenon foi projetado com 160 salas para escritórios; 980 garagens em 7 pavimentos superiores com acesso através de rampas circulares; terraço ajardinado e restaurante panorâmico; 30 lojas comerciais térreas em 2 amplas galerias de acesso para 4 ruas.

Os traços geométricos do Parthenon foram projetados pelo arquiteto Antônio Lúcio Ferrari Pinheiro, que chegou em Goiânia vindo de Minas Gerais em 1967. À época, sua influência e reconhecimento eram tamanhos, que ele chegou a assumir uma vaga na Superintendência das Obras do Plano de Desenvolvimento (Suplan), um órgão do governo do Estado de Goiás que era responsável por planejar e executar obras de desenvolvimento urbano. A pasta foi extinta em 1988.

Ao longo dos anos, o Parthenon foi sede de vários órgãos municipais, estaduais e comerciais importantes da cidade. Já abrigou o Museu de Arte Contemporânea, o Centro Cultural Octo Marques e duas prestigiosas galerias de arte: Frei Confaloni e Sebastião Reis. Ainda a Escola de Artes Visuais (EAV), gerenciada pela Secretaria de Estado de Cultura do Governo de Goiás e atualmente é sede da Rede MOB (antiga Setransp). Atualmente é sede de escritórios de advocacia, consultórios, estabelecimentos comerciais e empresariais diversos.

Cenário de lendas urbanas

Além de ser uma referência arquitetônica na cidade, o Parthenon também figura como cenário para lendas urbanas. Populares contam que o prédio é mal assombrado. Seu oitavo andar, que é interditado por razões desconhecidas, é moradia de uma “alma penada”. Dizem que a assombração, que fazia barulhos estranhos e pedia água, só se aquietou depois que um copo de água foi colocado no oitavo andar. Seja no imaginário popular ou na presença marcante no coração da capital, o Parthenon Center já é visto como um dos principais ícones da cidade, símbolo da modernidade e do crescimento de Goiânia ao longo das últimas décadas.