A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a taxa Selic a 15% ao ano, pela terceira vez consecutiva, acende alerta no mercado da construção civil. A medida reforça o tom de cautela assumido desde agosto, quando o comitê anunciou que manteria a taxa de juros nesse patamar por período prolongado.

No comunicado emitido no último dia 5 de novembro, o Copom não indicou cortes no curto prazo. A Selic está sendo mantida a 15% desde junho deste ano, o maior nível desde julho de 2006, quando a taxa básica de juros chegou a 15,25% ao ano.

De acordo com o Copom, a medida atende uma necessidade e estratégia para frear a inflação no país. “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, argumentou.

O setor da construção civil enxergou a medida como um alerta para os próximos meses. Segundo Renato Correia, presidente da CBIC, “o prolongamento ameaça frear investimentos na construção, comprometendo novos lançamentos e a geração de empregos”. De acordo com ele, “uma Selic de 15% por um ciclo longo traz desafios, porque o setor depende de financiamento de longo prazo, e esse custo torna muitos projetos inviáveis”, destacou.

A maioria das instituições financeiras estima que o ciclo de cortes da taxa de juros inicie apenas em 2026. O Relatório Focus projeta Selic em 12,25% ao fim de 2026 e 10,5% em 2027. Para 2028, a estimativa é de estabilidade em 10%.


Com informações do portal Papo Imobiliário