1) Enquanto 85% das imobiliárias nos EUA usam IA, Brasil ainda engatinha com 19%
Enquanto nos Estados Unidos 85% das imobiliárias já adotam a inteligência artificial (IA) para acelerar seus projetos, podendo chegar a 90% até 2030, no Brasil a tecnologia avança a passos de tartaruga, de acordo com levantamento da Lastro,p brasileira especializada em soluções de IA para o setor. O percentual de empresas do mercado imobiliário que já usam a IA por aqui não chega a 19%, conforme estudo feito pela Brain Inteligência Estratégica em conjunto com a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
2) Novo modelo de financiamento imobiliário não terá 'cavalo de pau' e transição deve levar dez anos, diz Banco Central
A implementação de um novo modelo de financiamento imobiliário não deve ocorrer de forma abrupta, mas respeitar uma transição que pode levar, no mínimo, dez anos, afirmou o diretor de regulação do Banco Central (BC), Gilneu Vivan. Como o novo modelo ainda não foi definido, não seria possível falar como ele é, disse Vivan, mas sim “o que ele não é”. O diretor do BC afirmou que o novo modelo não considera que o uso de recursos da poupança irá acabar. Ele também negou que a estrutura vai acabar com o direcionamento da poupança, mas admitiu que o modelo de direcionamento será revisado. “Ninguém está propondo que não exista uma obrigação das instituições financeiras, ao terem saldo de poupança, direcionem para o crédito imobiliário. Não é esse o ponto. A questão é que a estrutura hoje discute direcionamento olhando para o saldo. Você compara o saldo da poupança com o saldo da carteira imobiliário”, afirmou. “O que estamos propondo é olhar de outra forma o direcionamento, ao invés de direcionar olhando para saldo, discutir olhando para concessão.”
3) Concreto projetado para o Senna Tower seria suficiente para construir 22 prédios de 20 andares
Com mais de 550 metros de altura, o icônico Senna Tower acaba de incorporar mais um item à planilha de cálculos que vai muito além de qualquer estrutura já vista no mercado imobiliário brasileiro. Para a construção do maior prédio residencial do mundo, que será erguido em Balneário Camboriú, serão necessários 133.358 metros cúbicos de concreto, o que estabelece um novo patamar para a engenharia civil no país. Um caminhão betoneira, por exemplo, tem capacidade, em média, para oito metros cúbicos de concreto, o que exigiria nada menos do que 16.670 viagens para transportar esse volume. Se fossem colocados um atrás do outro, os caminhões, com cerca de nove metros de comprimento, formariam uma fila de 150 quilômetros.
4) Prédios exclusivos para população mais velha se espalham pelo País com serviços de saúde e segurança
O Brasil está envelhecendo e o mercado imobiliário já começou a reagir. Incorporadoras têm apostado em prédios voltados exclusivamente para pessoas com mais de 60 anos. Inspirados em modelos norte-americanos, os novos residenciais de alto padrão oferecem mais do que conforto: entregam infraestrutura adaptada, equipe médica disponível, programas de longevidade e atividades pensadas para manter corpo e mente ativos. A promessa é oferecer independência e segurança sem sobrecarregar familiares. “Se uma pessoa vem morar com a gente com 80 anos, a chance dela viver até os 100 é enorme. Queremos encher esses 20 anos de propósito”, diz Renata Stringhini, CEO e fundadora da DOM Senior Living.
5) Aluguel residencial sobe acima da inflação em julho, aponta FipeZAP
Os preços dos aluguéis residenciais no Brasil registraram alta média de 0,45% em julho, segundo o Índice FipeZAP, com base em dados de 36 cidades. O resultado indica uma desaceleração em relação aos meses anteriores: abril (+1,15%), maio (+0,59%) e junho (+0,51%). Entre os tipos de imóveis, unidades com três dormitórios tiveram um aumento mais expressivo nos valores das locações, de +0,59%, enquanto os aluguéis de residências com um quarto avançaram +0,26%. Para efeito de comparação, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,26% no mesmo período, enquanto o IGP-M recuou 0,77%.
6) 'Estamos agora tratando sobre necessidade de acelerar pauta de tokenização', diz presidente interino da CVM
O presidente interino da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Otto Lobo, disse hoje, durante o Abecip Summit, que a autarquia está discutindo “acelerar a pauta de tokenização”. Sem dar mais detalhes, ele disse que a CVM está trabalhando para transformar o mercado de capitais, destacando as novas regulamentações. “Tivemos um período extraordinário nos últimos quatro anos”, apontou. Lobo, que está na autarquia desde 2022, assumiu a presidência após a renúncia de João Pedro do Nascimento em julho. Em comentário sobre a participação do mercado imobiliário, ele disse que “da mesma forma que o lugar do agro é o mercado de capitais, o lugar do imobiliário também é” e que há espaço para crescimento.
7) Em NYC, antigos hotéis viram prédios residenciais econômicos
Antigos hotéis de Nova York que serviam de albergue para pessoas em situação de rua e migrantes estão se transformando em prédios residenciais econômicos. A conversão tem ocorrido por iniciativa de investidores que têm buscado imóveis que participaram do programa social que a prefeitura criou em 2022 para tentar reduzir o déficit habitacional da cidade. Pelo programa, a prefeitura virou inquilina em hotéis desativados e unidades econômicas, bancando as diárias para instalar pessoas em situação de vulnerabilidade. Hoje, pelo menos 10 hotéis com esse perfil estão passando por um retrofit para virar unidades de locação popular, e mais uma dúzia pode seguir o mesmo caminho em breve. A expectativa é que esses primeiros projetos entreguem 1,1 mil apartamentos, segundo levantamento.
8) Braço americano arrasta resultado da MRV (MRVE3) no 2º tri e prejuízo salta para R$ 812 milhões
A MRV&Co apresentou, no segundo trimestre, um prejuízo líquido consolidado de R$ 812 milhões, mais de dez vezes superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 71,3 milhões. O resultado foi impactado pelo desempenho da Resia, divisão americana da companhia, que teve prejuízo líquido de R$ 887 milhões no trimestre. Em julho, a MRV anunciou um “impairment” (operação contábil para reduzir o valor de um ativo em função de eventos negativos) de US$ 144 milhões (R$ 776 milhões, na cotação desta terça-feira) para Resia, como parte de um plano de desinvestimento que deve continuar até 2026. A área de incorporação nacional da holding, com as marcas MRV e Sensia, teve lucro de R$ 88,3 milhões de abril a junho. A loteadora Urba também teve lucro, de R$ 5,6 milhões. Já a Luggo, de prédios para locação, apresentou prejuízo de R$ 19 milhões.
9) Bom momento: Direcional tem alta de 26% no lucro líquido no 2º tri, para R$ 183,7 milhões
A incorporadora Direcional, que atua no programa Minha Casa, Minha Vida, terminou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 183,7 milhões, aumento de 25,7% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro líquido operacional, que não considera operação de "swap" de ações, feita no ano passado, teve o mesmo valor, mas é um aumento de 36% sobre o segundo trimestre de 2024. Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, afirma que os resultados são “fortes” e mostram que a empresa tem conseguido entregar crescimento com ganho de eficiência. “Estamos crescendo com ganho de margem e diluição de despesas”, afirma. “Estamos com maior capacidade de negociação com fornecedores, as despesas comerciais estão diluídas porque temos maior volume de produtos para ofertar aos clientes nas mesmas lojas”.
10) A estratégia do Carrefour para seus terrenos ociosos dos estacionamentos e CDs
O Carrefour Property - vertical da varejista nascida para comprar terrenos para os supermercados - têm usado espaços ociosos de CDs e estacionamentos para fazer novos negócios imobiliários. Com mais de 17 milhões de metros quadrados de landbank, a companhia vem conversando com incorporadoras para entrar como permutante em projetos de residenciais ou galpões logísticos. Entre os negócios mais recentes, a empresa acaba de fechar com a Vitacon para a construção de um residencial de estúdios em São Paulo e um galpão com a Log em Maceió. "Nosso landbank tem endereço e placa, e por isso temos sido procurados por nomes como Mercado Livre, Amazon, Shopee e outras incorporadoras de todo o País," Liliane Dutra, a CEO do Carrefour Property. Nesses projetos, o Carrefour Property estuda a vocação da área para definir o melhor uso, enquanto o investimento e o risco ficam com os parceiros, que são escolhidos através de uma concorrência dos terrenos.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.