1) Banco Central mantém juros em 15% e não indica início para corte da Selic
O Copom voltou a manter a taxa Selic - que mede os juros básicos do país - em 15% ao ano nesta quarta-feira (17). Esta é a segunda manutenção realizada pelo Banco Central desde que interrompeu o ciclo de aperto monetário em julho. A decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado. A autarquia voltou a destacar que os riscos para inflação seguem elevados, tanto no sentido de baixa, quanto de alta. Desse modo, a autoridade monetária avalia que "o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta".
2) Novo Código Civil restringe aluguéis de curta duração. Será o fim do Airbnb?
O Projeto de Lei nº 4/2025, que propõe alterações ao Código Civil e tramita no Senado, tem provocado debates sobre o uso de imóveis residenciais em condomínios para locações de curta duração por meio de plataformas digitais, como o Airbnb. A proposta prevê, como regra, a proibição da chamada “hospedagem atípica” nos condomínios residenciais, salvo se autorizada expressamente em convenção ou assembleia, trazendo estabilidade ao eliminar controvérsias, dando maior segurança jurídica aos condomínios e investidores. Essa modalidade de uso é considerada atípica por não se enquadrar na Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) nem na Lei Geral de Turismo (Lei nº 11.771/2008), por ter características mais próximas da hospedagem. Diante dessa lacuna, o STJ tem firmado entendimento de que o uso por curta temporada configura uso não residencial, devido à alta rotatividade, o que pode comprometer a segurança e o sossego dos condôminos.
3) Cyrela mira grandes terrenos de São Paulo com nova linha focada no MCMV
A Cyrela está garimpando áreas no centro expandido da cidade de São Paulo onde antigas construções em grandes terrenos - de fábricas a motéis - estão deixando esses locais e abrindo espaço para a chegada de prédios residenciais. A missão de ocupar essas áreas foi atribuída à Vivaz, braço do grupo voltado para o Minha Casa Minha Vida. A empresa está lançando nesta semana a linha batizada de ‘Grand Vivaz’, focada em projetos que reunirão milhares de apartamentos num só terreno. O primeiro ‘Grand Vivaz’ fica na Penha, zona leste da capital paulista, próximo ao atacadista Assaí da Marginal Tietê e da futura Estação Gabriela Mistral do Metrô. O empreendimento será formado três condomínios, dez torres e um total de 3 mil apartamentos, somando valor geral de vendas (VGV) de R$ 800 milhões.
4) Déficit habitacional cai de 10% para 7,6% com o Programa Minha Casa, Minha Vida
O déficit habitacional relativo – quantidade de famílias sem um imóvel próprio para morar frente ao total de moradias existentes – passou de 10,2% para 7,6% entre 2009, ano da criação do programa Minha Casa Minha Vida, e 2023, quando essa política habitacional foi retomada. Os números refletem apenas o início das entregas realizadas desde 2023, no âmbito na retomada do MCMV e que superam o total de 1,7 milhão unidades contratadas. Déficit habitacional absoluto também recua O estudo da Fundação João Pinheiro mostra que houve recuo de 3,8% na quantidade de famílias sem imóvel próprio para morar, entre 2022 e 2023. Com isso, o déficit habitacional absoluto passou de 6,21 milhões de domicílios para 5,97 milhões no período.
5) Caixa lança seguro que quita até 6 parcelas do financiamento habitacional em caso de desemprego
A Caixa Vida e Previdência, empresa da holding Caixa Seguridade, anunciou um novo seguro relacionado às parcelas do crédito imobiliário. O produto prevê o pagamento de até seis parcelas do financiamento habitacional em casos de perda do emprego, para trabalhadores celetistas, ou de incapacidade temporária, para autônomos. O lançamento pode ser contratado por quem já tem um financiamento habitacional ativo na Caixa ou no momento da assinatura de um novo contrato. A indenização mensal pode chegar a até R$ 5 mil por parcela, limitada a seis mensalidades do contrato habitacional. Os capitais segurados variam entre R$ 20 mil e R$ 2 milhões, de acordo com o plano escolhido.
6) Flexibilizar Bolsa Família na construção ajuda emprego, dizem especialistas
"A gente é a favor do Bolsa Família, quem tem o mínimo de bom senso sabe que as pessoas necessitadas precisam ter. Porém, está descalibrado, foi usado como uma gangorra eleitoral, levando a uma série de disfunções", avalia André Bahia, empresário especializado em construção de baixa renda e diretor institucional do FNNIC (Fórum Norte-Nordeste da Indústria da Construção). Para André Bahia, da forma como está desenhado atualmente, o programa “gera a sensação de pleno emprego que não é; as pessoas estão vivendo de Bolsa Família e deixando de buscar trabalho, e o setor que mais sofre é a construção civil". Luiz França, presidente da Abrainc, acrescenta que a tendência de informalidade que vem sendo promovida no mercado de trabalho afasta o jovem do setor.
7) Crédito imobiliário para PJ cresce nos últimos anos; entenda como funciona
A concessão de crédito imobiliário para Pessoa Jurídica (PJ) saltou 40% nos últimos três anos, segundo o Banco Central (BC). Foram R$ 2,3 bilhões de concessões na modalidade em dezembro de 2022 e R$ 3,2 bilhões em julho de 2025, com dados que abarcam financiamentos com recursos da poupança, destinados à construção de residências, aquisição de material para construção de residências, entre outros. Segundo Thiago Ely, diretor executivo comercial e de marketing da MRV, a principal diferença entre o financiamento PF e PJ está na comprovação de renda. No CLT, a renda é comprovada por holerite e carteira assinada. Se a compra for no CPF com renda de PJ, a comprovação de renda poderá ser feita por extratos bancários, pró-labore (salário do PJ), declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
8) Famílias Ometto e Feffer serão sócias de Joseph Nigri em imóveis para idosos
O empreendedor Joseph Nigri atraiu nomes de peso para a incorporadora que fundou recentemente, a Naara, dedicada a fazer apartamentos para idosos de alta renda em bairros nobres de São Paulo. Esta será a sua primeira empreitada pessoal desde que deixou, em 2021, a presidência da Tecnisa, incorporadora do pai, Meyer Nigri. A nova incorporadora terá apartamentos adaptados às vida das pessoas mais velhas, com portas largas, barras de apoio, elevador para maca, por exemplo. Já a grande aposta estará nos serviços do condomínio, como ambulatório para atendimentos de pequena complexidade e outras conveniências que podem ser contratadas à parte, como cuidadores de idosos, fisioterapeutas, educadores físicos, além de arrumação e limpeza. O primeiro projeto tem lançamento programado para outubro.
9) JHSF cria veículo de investimento de R$ 4,6 bi para ativos do grupo
A JHSF Participações anunciou na noite de terça-feira (17) acordo vinculante para a estruturação de um veículo de investimento no montante de cerca R$ 4,6 bilhões para compra e venda de estoques, lotes e produtos imobiliários da empresa prontos e em desenvolvimento. A JHSF afirmou que conclusão da transação permitirá que a companhia tenha uma estrutura de capital "mais dinâmica e moderna, na qual os projetos de incorporação imobiliária atuais e futuros, desenvolvidos e geridos pela companhia, poderão ser conduzidos conjuntamente com capital de investidores". A empresa não informou com quem assinou o acordo.
10) O plano ousado de Roberto Justus para faturar R$ 1 bilhão com casas ao estilo Lego
Imagine uma casa feita ao melhor estilo Lego. Encaixa uma peça aqui, outra ali e, com bem menos desperdício do que construções “normais”, fica pronta. Essa é a estratégia do empresário Roberto Justus para faturar mais de R$ 1 bilhão por ano. O objetivo com a SteelCorp é explorar o mundo dos programas habitacionais (como o Minha Casa, Minha Vida) para erguer residências em tempo recorde. A SteelCorp tem fábricas em Aparecida de Goiânia (GO), na Flórida, nos Estados Unidos, e também em Cajamar (SP). Esta última foi inaugurada neste ano e aumentou o potencial de produção de casas para até 10.000 por ano, focando justamente na área de habitação social.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.