O Banco Central (BC) está estudando uma proposta de reforma da poupança para ampliar a oferta de crédito imobiliário e liberar mais dinheiro para uso obrigatório do setor habitacional. De acordo com informações apuradas pelo Estadão/Broadcast, a expectativa é que o modelo seja apresentado publicamente ainda em julho, no mais tardar, em agosto.

Fontes do setor ligadas ao BC afirmaram que a proposta visa aumentar o direcionamento dos novos depósitos para o crédito imobiliário e reduzir o compulsório, liberando assim mais dinheiro para uso obrigatório no setor habitacional. A partir disso, a expectativa é que as taxas praticadas no mercado caiam com o aumento da oferta de recursos e melhora no mix de produtos.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou em entrevista coletiva, no último dia 26 de junho, que a redução no saldo da modalidade tem caráter estrutural, e que as soluções encontradas devem ser apresentadas pelo presidente Lula.

"A gente está fazendo esse debate também com essa visão estrutural, é um tema que eu acho que vem ficando cada vez mais claro, que a gente precisa migrar para um modelo de funding [financiamento] que dependa menos da poupança", disse Galípolo. Os fundos imobiliários, que seriam uma alternativa, estão travados por conta do juros de 15% da taxa Selic, o que também torna mais caros instrumentos como a Letra de Crédito Imobiliários (LCI) e o Certificado de Crédito Imobiliário (CRI). De acordo com o Estadão, as alterações no segmento dependem de aval do Conselho Monetário Nacional (CMN), cuja próxima reunião ordinária está marcada para o dia 24 de julho.

Por fim, ainda segundo o Estadão, a agenda de reformas está sendo analisada e trabalhada conjuntamente entre o Banco Central e os ministérios da Fazenda, das Cidades e ainda discutida com representantes de bancos e incorporadoras.