O mercado imobiliário de Goiânia segue em ritmo de expansão e consolidação entre os principais do Brasil. Dados divulgados pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) revelam que, entre o primeiro semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025, o volume de vendas na capital cresceu 21%.

No período mais recente, foram comercializados R$ 4,1 bilhões em imóveis, incluindo apartamentos, salas comerciais e casas prontas. Para efeito de comparação, no mesmo período do ano passado, Goiânia havia registrado quase R$ 3,4 bilhões em vendas, resultado que já havia sido considerado histórico para a série de 15 anos monitorada pela entidade.

“Fechamos o ano passado com o recorde histórico de R$ 8,2 bilhões e tivemos um segundo semestre de vendas muito intensas. Esse ano as unidades vendidas já somam 4,1 bilhões de reais. No período, vendemos em unidades residenciais apenas, o que vendemos considerando todas as unidades no 1º semestre de 2024”, explica Credson Batista, diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO.

Esse desempenho mantém Goiânia pelo terceiro ano consecutivo na terceira posição do ranking nacional de vendas imobiliárias, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

“Seguimos pelo terceiro ano consecutivo atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, capitais muito maiores em nosso país. Tanto tempo nesse posto demonstra a consistência desse crescimento e a força do nosso setor”, complementa Batista.

Comparativo entre capitais

Um levantamento da Brain Inteligência Estratégica mostra que Goiânia aparece com um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 3,416 bilhões em imóveis residenciais verticais no primeiro semestre de 2025. Esse desempenho coloca a capital goiana à frente de cidades como Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte e Manaus.

São Paulo segue liderando o mercado, com impressionantes R$ 42,5 bilhões em vendas, enquanto o Rio de Janeiro ocupa a segunda posição com R$ 6 bilhões. Mesmo assim, o protagonismo goiano chama a atenção, já que se trata de uma capital com porte populacional menor, mas com forte apetite por investimentos imobiliários.





Economia regional impulsiona o setor

A força de Goiânia no cenário imobiliário tem relação direta com o desempenho da economia de Goiás. O estado vem apresentando crescimento do PIB acima da média nacional nos últimos 15 anos, o que tem atraído empresas, impulsionando novos negócios e aumentado a demanda por imóveis.

“A exceção de São Paulo, cujo mercado comercial gira muito em grandes propriedades, em pontos de investimento, em lajes que são alocadas para grandes empresas, Goiânia vem se destacando como a principal capital nesse cenário, justamente pelo nosso crescimento econômico bastante pujante. Goiás, nos últimos 15 anos, vem tendo um crescimento de PIB maior do que as médias nacionais. É natural que aqui surjam mais negócios, que mais empresas se estabeleçam e, com isso, nós tenhamos uma demanda por esses tipos de edifícios latentes e importantes Esse é o mercado que vem ganhando destaque em nosso cenário como um todo”, analisa Credson Batista.

A fala do diretor de pesquisas da Ademi-GO mostra como o setor imobiliário em Goiânia está diretamente conectado ao desenvolvimento econômico local, fortalecendo-se não apenas no residencial, mas também no segmento comercial.

Goiânia resiste à retração do Centro-Oeste

Outro ponto que reforça o destaque da capital goiana é a comparação regional. Enquanto outras cidades do Centro-Oeste registraram retração no número de lançamentos imobiliários, Goiânia conseguiu manter seu ritmo de crescimento.

“Se nós olharmos o Centro-Oeste, o Centro-Oeste teve uma diminuição no número de lançamentos, Goiânia não. Então a gente ainda está com o mercado pungente, forte”, avalia Marcelo Gonçalves, sócio-consultor da Brain Inteligência Estratégica.

Segundo especialistas, essa resiliência está relacionada à combinação de demanda consistente, expansão urbana planejada e confiança dos investidores na cidade.