O mercado imobiliário brasileiro deve movimentar US$ 89,9 bilhões até 2030, com crescimento médio anual de 5,1%, segundo projeção da consultoria internacional Grand View Research. O principal motor dessa expansão é a valorização de empreendimentos sustentáveis, cada vez mais presentes nas escolhas de compra e investimento.

Um levantamento do Next Gen Survey, publicado no Wealth Report 2025, mostra que 75% dos jovens investidores estão dispostos a pagar mais por imóveis ambientalmente responsáveis. Além disso, 53% priorizam certificações verdes e 48% buscam empreendimentos com geração própria de energia, reforçando a tendência de um consumidor atento à eficiência energética, qualidade do ar e bem-estar.

Um novo conceito de luxo: sustentabilidade como pré-requisito

No Brasil, um dos exemplos mais emblemáticos dessa transformação é o Auris Residenze, em Balneário Camboriú, projetado pelo escritório italiano Archea Associati. O empreendimento será o primeiro edifício-árvore do país, com fachada viva de irrigação automatizada, concreto pigmentado que se transforma ao longo do tempo e áreas comuns que incluem horta comunitária, playground e rooftop com piscina.

O projeto busca atender aos critérios das certificações LEED (desempenho ambiental) e WELL (bem-estar e saúde dos moradores). Também incorpora tecnologias para geração de água filtrada e sensores que monitoram os níveis de CO₂, reforçando o compromisso com a biofilia e a eficiência energética.

Com apenas 26 apartamentos, um por andar, o Auris Residenze une exclusividade e soluções construtivas de última geração. Para a Fischer Group, responsável pelo empreendimento, esse tipo de projeto redefine o conceito de luxo, onde saúde, sustentabilidade e qualidade de vida deixam de ser diferenciais e passam a ser pré-requisitos.

Investidores atentos ao ESG

De acordo com o Wealth Report, mais de 60% dos investidores globais de alta renda já priorizam eficiência energética em seus imóveis, enquanto a busca por certificações verdes e geração própria de energia ganha espaço como fatores decisivos de valorização.

Esse cenário abre novas oportunidades para incorporadoras e investidores no Brasil, especialmente em empreendimentos alinhados aos padrões ESG (ambiental, social e de governança). Além de representar uma mudança de mentalidade, a tendência reforça a sustentabilidade como elemento central do futuro do mercado imobiliário, tanto na concepção de projetos quanto na consolidação de ativos de longo prazo.

Goiânia no mapa das cidades-modelo sustentáveis

Essa movimentação também se reflete em Goiânia, que passou a integrar o Programa Cidades Modelos Verdes Resilientes, iniciativa do Governo Federal e de organismos internacionais voltada ao desenvolvimento sustentável e ao combate às mudanças climáticas. A capital goiana é uma das 50 cidades brasileiras selecionadas e a única em Goiás, ao lado de Formosa, a conquistar a participação no programa.

A escolha levou em conta fatores como posicionamento estratégico, potencial de emissão de poluentes e características naturais. A partir de agora, Goiânia receberá diagnósticos climáticos, mapeamento de emissões de gases de efeito estufa e planos de ação de mitigação e adaptação, além de treinamentos técnicos.

Na fase seguinte, o governo brasileiro fará a ponte entre a cidade e organismos internacionais de financiamento, como o Banco Mundial, o Banco do Brics e fundos de investimento voltados a projetos ambientais.

Estar entre as cidades-modelo coloca Goiânia em posição de destaque, não apenas pelo alinhamento às melhores práticas sustentáveis, mas também por ampliar sua atratividade para investidores do setor imobiliário. O selo verde reforça o compromisso com qualidade de vida, inovação e equilíbrio ambiental, fatores que devem impulsionar ainda mais a demanda por imóveis sustentáveis na capital.