O Landbank, ou banco de terrenos, é uma prática estratégica do mercado imobiliário que consiste na aquisição de terrenos com o objetivo de incorporá-los em empreendimentos futuros, vendê-los ou utilizá-los em transações que gerem lucro para a empresa. Diferente de outras formas de investimento, essa prática transforma a compra de áreas em uma ferramenta de valorização de capital e planejamento de negócios.

Em um setor competitivo, o landbank oferece vantagens estratégicas. "Futuras incorporações imobiliárias, empreendimentos e até mesmo vendas finais ganham mais controle quando sua empresa dispõe de opções de áreas", explica João Gabriel Tomé, sócio-diretor da City Soluções Urbanas, em entrevista à AutImob. Segundo ele, a gestão cuidadosa desses terrenos é fundamental para garantir que os projetos estejam alinhados com o mercado e com o potencial de valorização da região.

Como funciona a gestão de landbank

O landbank vai além da simples compra de terrenos. É preciso um gerenciamento completo que contemple análise de preços, negociações, planejamento financeiro e projeções realistas. O objetivo é identificar oportunidades que tragam retorno consistente ao longo do tempo.

"Temos um land bank, que nossa visão é o melhor da cidade, não é o maior, a gente sabe disso", afirma João Gabriel.

Ele cita exemplos de terrenos estratégicos da City, como o City Park no Vaca Brava, 12 lotes na frente do Areião e o Quartier City 245, recentemente divulgado ao mercado.

"Hoje não. Nós temos uma área no Oeste, mas estamos estudando o que fazer com ela, porque realmente temos um land bank muito grande, e precisamos extrair o melhor de cada terreno", complementa.

Além do planejamento e da análise de mercado, algumas empresas vêm usando tecnologias para otimizar a gestão do landbank:

Sistemas de informações geográficas (GIS): auxiliam na análise de topografia, uso do solo, infraestrutura e zoneamento, identificando áreas com maior potencial de valorização.

Drones: permitem imagens aéreas precisas e modelos 3D dos terrenos, facilitando a avaliação das características físicas das áreas.

Realidade virtual e aumentada: criam simulações de uso do solo e cenários de desenvolvimento, auxiliando na tomada de decisão.

Análise de dados e inteligência artificial: identificam tendências e padrões no mercado imobiliário, prevendo valorização futura com base em dados históricos.

Desafios e práticas do mercado

Apesar de ser uma estratégia vantajosa, o landbank exige paciência e cuidado na negociação. João Gabriel comenta que a prática é seletiva e que a concorrência nas melhores áreas da cidade é intensa. "É bem específico. Tem área que a gente fica cinco anos fechando, compra uma casa, compra outra, compra outra. É um negócio mais caseiro mesmo", explica.

Ele também ressalta que o mercado de Goiânia mantém uma disputa saudável entre as construtoras, baseada em ética e fair play. "Se não prejudicar, lógico que é negócio. Dinheiro envolvido, normalmente é difícil, não é simples", destaca o executivo.

Landbank como ferramenta de crescimento

Para empresas do setor imobiliário, o landbank funciona como um capital estratégico, permitindo que projetos futuros sejam desenvolvidos com maior segurança e previsibilidade. Ao identificar áreas com potencial de valorização, a empresa não apenas garante um portfólio robusto de terrenos, mas também cria oportunidades de crescimento sustentável para seus empreendimentos.

Segundo João Gabriel, essa estratégia é essencial para planejar lançamentos e maximizar o retorno sobre os investimentos:

"Por isso muita gente pergunta, ‘ah, a City não está adquirindo novas áreas?’ Porque se eu chegar pro dono da área e falar, vou lançar seu projeto em 2030, ele não vai querer fazer com a gente. Normalmente a pessoa está mais ansiosa, porque depois você fecha o negócio e, mais ou menos 18, 24 meses, você está lançando o produto".

Em resumo, o landbank é mais do que acumular terrenos: é uma prática de gestão estratégica, que combina análise de mercado, tecnologia e visão de longo prazo, oferecendo às incorporadoras uma vantagem competitiva no mercado imobiliário.