Com investimentos de quase R$ 1 bilhão e 44 quilômetros de extensão, o Novo Anel Viário de Goiânia promete ser uma das maiores obras de infraestrutura da história recente da Região Metropolitana. Além de melhorar o fluxo de veículos e desafogar a BR-153, a expectativa é que o empreendimento traga impactos diretos na mobilidade, no desenvolvimento urbano e na valorização de áreas próximas ao traçado.

O anúncio oficial aconteceu em junho, no Paço Municipal, com a presença do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, autoridades estaduais e federais. Segundo o projeto, o anel viário começa em Goianápolis, na altura da Polícia Rodoviária Federal, passa por Senador Canedo, Goiânia e Aparecida de Goiânia, e termina nas proximidades do Posto do Boi, em Hidrolândia.

Mobilidade e infraestrutura robusta

O principal objetivo do novo anel viário é retirar o tráfego pesado da BR-153, atualmente sobrecarregada por caminhões e veículos de carga que cruzam áreas urbanas de Goiânia e cidades vizinhas. “Essa é uma obra importante para toda a Região Metropolitana. Hoje, quase o dia inteiro, a rodovia está congestionada”, afirmou o prefeito Sandro Mabel.

Além da duplicação das pistas, o projeto prevê a construção de 45 obras de arte especiais, sendo 10 pontes e 35 viadutos, além de 26 quilômetros de interligações com outras rodovias estratégicas. O pavimento será em solo-cimento com revestimento rígido, o que garante maior durabilidade e menor necessidade de manutenção.

O Volume Médio Diário (VMD) projetado para 2035 é de quase 22 mil veículos, número que deve crescer à medida que a região se desenvolve.





Integração regional e articulação política

Com orçamento atualizado pelo Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO) em R$ 948 milhões, a obra será financiada com recursos federais e executada via Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que permite a contratação integrada, incluindo o projeto executivo e a execução da obra. O início dos trabalhos está previsto para o primeiro trimestre de 2026.

Segundo Mabel, o cenário político e técnico atual favorece a concretização da obra. “Quando fizemos o contorno sudoeste de Goiânia, em 1995, já reivindicávamos o contorno noroeste. Agora chegou a hora”, lembrou o prefeito.

Já o deputado federal Rubens Otoni destacou o esforço conjunto entre governos e bancada federal para viabilizar o projeto, que já recebeu aprovação do DNIT. O relator do Orçamento da União, deputado José Nelto, garantiu que os recursos necessários estão assegurados.

Impacto no mercado imobiliário

A construção do anel viário deve impulsionar o crescimento e a valorização de áreas próximas ao traçado, principalmente em regiões ainda pouco urbanizadas de Senador Canedo, Goiânia, Aparecida e Hidrolândia. Historicamente, obras de mobilidade dessa magnitude contribuem para a expansão imobiliária, facilitam o acesso a novos bairros e polos industriais e atraem investimentos em comércio e serviços.

Além de reduzir os congestionamentos na BR-153 e melhorar o tráfego urbano, a expectativa é de que o projeto aumente a competitividade logística da Região Metropolitana, o que pode estimular o surgimento de condomínios logísticos, centros de distribuição e empreendimentos residenciais próximos às novas interligações.

“Vai permitir que Goiânia e Aparecida respirem. A BR-153, que hoje virou uma grande avenida dentro da cidade, vai voltar a funcionar com mais eficiência. O trânsito vai melhorar e a qualidade de vida da população também”, ressaltou o prefeito Mabel.

A previsão é de que a obra fique pronta em até três anos após o início da execução, consolidando-se como um marco no desenvolvimento urbano e viário da capital e de todo o Estado.