A imagem de um canteiro de obras geralmente remete a barulho, poeira e concreto em constante transformação. Mas por trás das estruturas que crescem dia após dia, existe uma engrenagem complexa e altamente organizada, que envolve gestão de pessoas, segurança, logística, tecnologia e tomada de decisões estratégicas em tempo real. É ali que nasce o imóvel, do buraco ao alto padrão, da fundação ao acabamento.

Na City, por exemplo, são 13 canteiros em operação, sendo 10 sob gestão própria e 3 sob responsabilidade da OM. Isso representa uma operação com quase mil colaboradores nos canteiros e cerca de 360 profissionais atuando na gestão, entre engenheiros, gerentes, técnicos, mestres de obra e administrativos.

O que acontece em um canteiro de obras?

Segundo a NR 18, norma regulamentadora que estabelece diretrizes para segurança e organização na construção civil, o canteiro de obras é uma estrutura temporária que serve de apoio completo à execução da obra. Ele é dividido, geralmente, em duas áreas:

Operacional, onde ocorrem os processos produtivos, como armazenamento de materiais, centrais de concreto e instalações;

De vivência, onde estão os ambientes destinados ao bem-estar dos trabalhadores, como refeitório, sanitários, vestiários e ambulatórios.

Além dessas divisões físicas, há uma divisão clara de responsabilidades. A equipe da gestão composta por engenheiros, coordenadores, técnicos de segurança e supervisores, é responsável por garantir que o cronograma seja cumprido, que os materiais estejam disponíveis, que a qualidade atenda aos padrões exigidos e, principalmente, que a segurança seja mantida.

A experiência de quem comanda

João Gabriel Tomé, sócio-diretor da City , conhece como poucos a rotina e os desafios de um canteiro. Em entrevista à AutLive, ele contou um pouco de sua trajetória profissional, que começou justamente com o pé no barro:

“Eu era chefe de uma obra. E no final, durante o meu período de dois anos na empresa, fiquei responsável pelas obras em volta. Eu tinha 580 funcionários sob minha gestão com 25 anos de idade. Foi uma loucura, mas uma experiência muito rica. Consegui viver exatamente como é ser engenheiro de obra”, contou.

Ele também destacou a importância da vivência em empresas de atuação nacional, como a Brookfield e a Gafisa, para entender o funcionamento de grandes estruturas. Lá, teve contato com a cultura de organização de gigantes do setor, chegando a acompanhar operações com mais de 80 obras simultâneas e mil funcionários apenas no escritório.

“Foi ali que entendi o que era um processo de estruturação. Vi como funcionavam os departamentos, o nível dos gestores, a organização. Muito do que fazemos hoje na City vem desses aprendizados.”

Muito além do concreto

Engana-se quem pensa que obra é só cimento e tijolo. Cada etapa é cuidadosamente planejada e executada por equipes específicas. Entre os profissionais envolvidos estão:

- Engenheiros civis e eletricistas

- Técnicos de segurança do trabalho

- Mestres de obra e encarregados

- Pedreiros, carpinteiros, armadores e pintores

- Profissionais de RH, financeiro, almoxarifado e logística

- Estagiários e aprendizes técnicos

- Coordenadores e gerentes de projeto

Cada colaborador tem um papel essencial para que tudo funcione. A rotina começa cedo, com reuniões de alinhamento, distribuição de tarefas, verificação de EPIs (equipamentos de proteção individual) e inspeção das condições de trabalho. Tudo é monitorado: o uso de materiais, os prazos, os testes de qualidade e as medidas preventivas de segurança.

Gestão e futuro

A gestão centralizada, segundo João Gabriel, é uma das forças da City.

“O engenheiro da obra faz parte da nossa equipe. Ele está lá para defender os nossos interesses”, afirma.

A empresa também tem investido em novos braços de negócio, como o setor de urbanismo, e conta com um land bank robusto nas regiões mais valorizadas de Goiânia, como Marista, Bueno e Setor Areião.

Com mais de 26 torres previstas nos terrenos já adquiridos, a City prioriza qualidade na aquisição de áreas e organização no cronograma de lançamentos.

“Muita gente pergunta por que a City não está comprando mais terrenos. A verdade é que temos um pipeline longo e preferimos extrair o melhor de cada projeto”, explica.

Um desafio coletivo

A construção de um empreendimento é um processo de médio a longo prazo que exige resiliência, técnica e muita colaboração. Cada torre entregue é resultado de anos de planejamento, execução e ajustes e do trabalho de centenas de mãos.

Com um modelo de gestão que valoriza a experiência prática e a excelência operacional, empresas como a City mostram que, por trás de cada fachada moderna, existe uma operação silenciosa, mas fundamental, que transforma projetos em realidade.