Credson Batista, diretor de pesquisas da Ademi-GO. Foto: acervo pessoal

Goiânia é considerada a terceira maior cidade em volume de vendas imobiliárias do país. Por trás dessa constatação, existe um rigoroso padrão de coleta e checagem de dados, que garante a credibilidade das informações repassadas. Em Goiás, a organização e divulgação dessas informações sobre o mercado imobiliário vertical cabe à Associação dos Desenvolvedores do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), que explicou à AutImob como todo esse processo é feito.

Em entrevista à AutImob, o Diretor de Pesquisas e Estatísticas da Ademi-GO, Credson Batista, detalhou como funcionam os bastidores, desde a coleta dos dados, a lapidação, checagem, criação dos relatórios, até a divulgação.

Segundo o especialista, a grande preocupação da Ademi-GO é trazer dados assertivos, tanto para os associados quanto para os clientes finais. Para isso, a Associação trabalha em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, uma das maiores empresas de pesquisa do setor, que fica responsável pelos trâmites do levantamento.

“A Brain hoje, além de atender a Ademi-GO, atende, se não me engano, mais de 280 cidades pela CBIC, que é a Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Então, a mesma empresa que fornece os dados nacionais, que servem para o planejamento, inclusive de estratégias macro do setor, é a responsável por atender a Ademi-GO em Goiânia”, destaca Credson.

Metodologia aplicada e processos

Além de contratar um bom instituto, a Ademi-GO desenvolveu uma metodologia científica para auxiliar na obtenção desses dados de forma mais fidedigna possível. Nesse sentido, os dados são repassados diretamente pelas incorporadoras e construtoras, alimentando a base de dados da Associação. “Uma vez por mês, cada empresa que é associada hoje à Ademi-GO, que representa mais de 80% do mercado da capital, entra no sistema e preenche todas as informações com preço, de vendas, número de unidades em estoque e unidades lançadas”, detalha o diretor de pesquisas.

Após a coleta dos dados, as informações passam por uma checagem e lapidação. “Um grupo de trabalho formado pelas equipes de inteligência de mercado de alguns associados, se reúne uma vez por mês para cruzar as informações que obtemos de fontes diversas, junto com os dados apresentados na pesquisa, e eventualmente, fazemos questionamentos de algo que esteja divergente entre as duas informações, para que o instituto possa ir atrás dessa informação e confirmá-la”, explica.

Para garantir a segurança dessa apuração e checagem concreta dos dados a Ademi-GO ainda conta com uma segunda empresa especializada em pesquisa, que atende alguns players do setor, responsável pela auditoria dos dados que são apresentados. Antes de levar essas informações à público, os dados passam por uma dupla checagem, tanto de entes do mercado de maneira voluntária e diversa, como também de uma empresa terceirizada, que faz esse duplo cheque das informações já fornecidas por esse instituto.

A análise criteriosa resulta em um relatório divulgado à imprensa goiana a cada três meses, seguindo o calendário nacional da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), de modo que esses dados possam ser comparados com o cenário nacional. “Trimestralmente nós temos um compromisso com a sociedade de dar publicidade a essas informações. Nessa época, nós redobramos o nosso esforço justamente para identificar se nesse período de três meses não teve alguma informação que acabou passando despercebida ou que, eventualmente, precisa de algum ajuste em função de algum momento de mercado”, reitera Credson.

Informação que embasa projetos e decisões

O diretor de pesquisas da Ademi-GO salienta que o acesso à essas informações é de grande importância não somente para as empresas do mercado imobiliário, que utilizam os dados para suas pesquisas de mercado, mas também para corretores e clientes finais. “Cada vez mais, a informação é um fator decisivo para a tomada de decisão de qualquer segmento, seja para quem desenvolve, seja para quem compra ou até mesmo para quem precisa ter subsídios para ajudá-lo no momento de exercer sua profissão, como é o caso dos nossos corretores”, afirma.

“Isso permite que os nossos associados possam identificar nichos de mercado, que possam desenvolver produtos mais assertivos, que possam entender o comportamento da venda de algum bairro ou até mesmo alguma tipologia, e perceber ali uma oportunidade de empreender e ser mais assertivos nos seus produtos. Esse é um dos motivos que faz com que as velocidades de venda em Goiânia hoje sejam tão superiores às médias nacionais”, destacou Credson.

O especialista ainda observou que muito do sucesso de vendas de alguns empreendimentos se deve a esse estudo de mercado feito antes de cada projeto, que, na maioria das vezes, é embasado em dados destas pesquisas. “Esses dados são importantes tanto para o planejamento da empresa, quanto também para quem consome, já que cria a oportunidade desse consumidor ter suas necessidades atendidas de uma maneira mais assertiva. Para o consumidor, é importante dar essa publicidade justamente para que ele possa entender como é o comportamento desse setor que muitas das vezes pode não fazer parte do seu dia a dia”, enfatiza.

“Como instituição, nós recebemos muitos questionamentos sobre o momento do mercado de Goiânia, que está muito aquecido, sobre quais são as razões que levam esse mercado a estar tão aquecido, se o preço do metro quadrado, que nos últimos três anos teve uma valorização próxima aos 20%, vai continuar subindo. E nós só conseguimos trazer respostas para esses questionamentos através de dados. E com esses dados, hoje, nós podemos demonstrar de maneira clara para o nosso consumidor que o nosso volume de vendas, por exemplo, é o dobro do volume nacional no primeiro trimestre deste ano”, pontuou o diretor de pesquisas da Ademi-GO.