1) Caixa volta a financiar até 80% do valor de imóveis após mudanças no FGTS e poupança

A Caixa Econômica Federal voltou a financiar até 80% do valor de imóveis no Sistema de Amortização Constante (SAC), retomando o limite anterior à restrição imposta em novembro de 2024, quando a cota máxima havia sido reduzida para 70% devido ao esgotamento da capacidade de crédito do banco. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (10) pelo presidente da instituição, Carlos Vieira, durante o lançamento do novo modelo de crédito imobiliário do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), em São Paulo. O programa prevê a liberação total dos depósitos compulsórios da poupança para ampliar o acesso da classe média à casa própria. Segundo Vieira, a retomada da cota de 80% foi viabilizada por mudanças nas regras de utilização dos recursos do FGTS e da poupança.

2) Nova regra de crédito financia imóvel de até R$ 2,25 milhões a 12% ao ano

O novo modelo de financiamento imobiliário lançado pelo governo nesta sexta-feira (10) altera as regras de direcionamento do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e amplia o limite dos imóveis que podem ser financiados com juros subsidiados. O objetivo das mudanças é tornar o uso dos recursos da poupança mais eficiente e ampliar a oferta de crédito imobiliário no país, incluindo para a classe média. Os valores máximos que podem ser financiados com recursos do SFH (Sistema Financeiro Habitacional), que permite o uso de recursos do FGTS e tem juros subsidiados, atualmente em 12% ao ano. Imóveis com valor de até R$ 2,25 milhões poderão ser adquiridos com utilização dessas linhas de crédito. Antes, o valor máximo era de R$ 1,5 milhão.

3) Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

O setor imobiliário e da construção civil está em alerta vermelho com a proximidade da implementação da reforma tributária sobre o consumo. Embora as novas regras entrem em plena vigência apenas em 2027, a fase de testes já começa em 2026 —e executivos admitem que o setor ainda está longe de preparado para a nova legislação. A dura avaliação veio de lideranças setoriais durante o evento Incorpora 2025, evento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) para o setor imobiliário. Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP, afirmou que "os empresários do setor imobiliário ainda não perceberam a dificuldade que será se adaptar às regras da reforma tributária". Ele foi enfático ao orientar os empresários presentes ao evento : "quem não procurou seu contador ainda, procure".

4) Insegurança jurídica nos distratos: A decisão do STJ que transformou as incorporadoras em bancos

Uma recente - e surpreendente - decisão do STJ causou um enorme ruído no mercado imobiliário. O voto da ministra Nancy Andrighi (Recurso Especial 2.106.548/SP) trouxe o entendimento de que o Código de Defesa do Consumidor deve se sobrepor à Lei dos Distratos nas rescisões de contratos de compra e venda de imóveis na planta ou lotes. O tribunal determinou que, em caso de distrato pelo adquirente, a incorporadora deveria devolver ao adquirente 75% dos valores pagos (em outras palavras, o adquirente que distratar perderia, no máximo, 25% do valor pago). E o pior: de forma imediata. Na prática, desconsiderou-se totalmente a penalidade específica de 50% prevista na Lei dos Distratos para empreendimento com patrimônio de afetação - ou seja, quase todos. Também foi ignorada a regra temporal prevista na Lei dos Distratos, que permitia o ressarcimento em até 30 dias após a emissão do Habite- se do respectivo empreendimento, justamente quando a incorporadora está mais capitalizada após o repasse definitivo das unidades.

5) Empreendimentos priorizam lazer, segurança e economia de tempo

Um conceito importante é a proximidade com local de trabalho, centros comerciais, escolas e unidades de saúde. “A qualidade de vida está na eficiência do uso do tempo, que hoje é o bem mais precioso das pessoas. Se você mora num local onde pode levar seu filho à escola, talvez a pé, onde um shopping center está a dois quarteirões, onde o seu trabalho fica a cinco minutos de carro, você tem muito mais tempo de qualidade, você não tem desperdício de tempo”, diz Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor da Sobloco Construtora.

6) O Minha Casa, Minha Vida deve ganhar novas regras vinculadas ao déficit habitacional

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) deve ganhar novas regras. Foi aprovado na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados o projeto de lei que inclui, entre as diretrizes do programa, a ampliação da oferta de moradias a municípios com mais déficits habitacionais. A lei atual trata da prioridade a “regiões com maiores déficits habitacionais”. O texto aprovado determina que o programa poderá priorizar os municípios sempre que houver dados sobre déficit habitacional nessa escala, apurados pelo IBGE ao longo da última década.

7) Banco Pine prevê nova data para primeiro corte da Selic

O Banco Pine adiou a projeção para o início dos cortes da Selic de dezembro de 2025 para janeiro de 2026, diante da comunicação “bastante dura” do Banco Central (BC). A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do próximo ano está programada para os dias 27 e 28 de janeiro. Segundo o economista-chefe, Cristiano Oliveira, e sua equipe, a autarquia tem reforçado estar disposta a manter a taxa básica de juros no atual patamar de 15% por período prolongado.

8) Pets ganham protagonismo e influenciam o mercado imobiliário brasileiro

Os animais de estimação ocupam, cada vez mais, um lugar central nos lares brasileiros, e essa realidade vem influenciando diretamente o mercado imobiliário. De acordo com relatório da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do Instituto Pet Brasil (IPB), divulgado em 2024, o Brasil possui a terceira maior população pet do mundo, com mais de 160 milhões de animais de estimação e uma média de 1,6 pet por residência. Os cães lideram o ranking, seguidos por aves, gatos e peixes ornamentais. Esse cenário tem impacto direto no setor imobiliário. Áreas comuns com playgrounds exclusivos, pet places e até estruturas completas de pet care vêm se consolidando como diferenciais importantes no momento da compra de um imóvel.

9) Cyrela movimenta R$ 5 bilhões em vendas com 18 lançamentos no 3º trimestre

A incorporadora Cyrela (CYRE3) divulgou a prévia operacional do terceiro trimestre de 2024 nesta quinta-feira, 9. A companhia realizou 18 lançamentos no período e alcançou R$ 5,05 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), alta de 62% em comparação ao mesmo período de 2024.

10) MRV desabou mais de 10% após prévia do 3º tri – o que preocupou o mercado?

A MRV (MRVE3) divulgou sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2025 (3T25). As ações da construtora recuaram 11,70%, a R$ 6,34 na sessão. A companhia destacou que tanto as vendas líquidas quanto a geração de caixa foram afetadas pela falta de transferência de unidades. Segundo a construtora, mudanças nos critérios de pagamento da Caixa Econômica Federal (CEF), que passou a reconhecer a transferência das vendas apenas após o registro em cartório, e atrasos nos repasses de programas estaduais e municipais de habitação popular tiveram impacto de R$ 31 milhões e R$ 93 milhões, respectivamente. Sem esses efeitos, a construtora estima que teria gerado R$ 123 milhões em caixa.


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Caio Lobo, o incorporador



Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.