1) Investidores perdem espaço entre compradores de imóveis no 1º tri, diz pesquisa
Os investidores perderam espaço entre os compradores de imóveis no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da pesquisa Raio-X FipeZAP, divulgados nesta terça-feira (13). De acordo com o levantamento, a participação de investidores entre compradores apresentou a terceira queda consecutiva, encerrando o período em seu menor nível histórico, representando cerca de 31% dos adquirentes totais. Nos últimos 12 meses, também caiu a participação de transações classificadas como investimento (como obtenção de renda com aluguel e o interesse na revenda futura do imóvel), passando de uma média de 49% em janeiro de 2024, para 33% em março de 2025.
2) Juro alto deixa comprador de imóvel mais cauteloso, mas mercado segue aquecido
O aumento da taxa Selic para 14,75% pelo Banco Central, reacendeu alertas no mercado imobiliário brasileiro. Embora o setor da construção civil venha apresentando bons resultados até o primeiro trimestre de 2025 — com crescimento de 17% nas vendas de apartamentos e R$ 38,3 bilhões liberados via SBPE —, a escalada dos juros tende a exigir mais cautela e planejamento por parte de consumidores e incorporadoras. “Quem precisa financiar um imóvel acima de R$ 500 mil hoje está adiando a compra ou optando por unidades menores”, afirma Luciano Amaral, CEO da Benx. A incorporadora, que atua nas duas pontas extremas do mercado (econômico e altíssimo padrão), notou que consumidores estão mais seletivos e que o tempo de decisão de compra aumentou de dois a três meses.
3) Bolsa de imóveis tokenizados chega ao Brasil e promete revolucionar o setor
Em uma movimentação inédita e ambiciosa, o Brasil se torna palco da primeira bolsa de imóveis tokenizados do mundo, unindo inovação tecnológica, descentralização e o vasto mercado imobiliário nacional. A tokenização transforma um imóvel ou projeto imobiliário em ativos digitais (tokens), fracionando o valor da propriedade. Sendo assim, é possível que investidores ou compradores adquiram frações do bem, investindo valores a partir de R$ 10 mil, sem precisar desembolsar os tradicionais R$ 300 mil para entrar no mercado.
4) Banco Central autoriza financeiras a emitir Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
A partir de 1º de julho, as sociedades de crédito, financiamento e investimento, conhecidas como financeiras, poderão emitir Letras de Crédito Imobiliário (LCI), título privado destinado a fornecer dinheiro para a concessão de financiamentos de imóveis. O Banco Central (BC) aprovou resolução que autoriza as emissões por esse tipo de instituição. Em nota, o BC informou que a decisão ajuda a impulsionar o mercado de crédito imobiliário no país. “O Banco Central busca proporcionar maior modernização a tais instituições, posicionando-as mais adequadamente em relação às instituições de segmentos que desempenham atividades concorrentes ou similares”, explicou o BC. O Banco Central também informou que a decisão foi sugerida por consulta pública em 2024, quando a autarquia pôs em consulta a consolidação das normas das financeiras.
5) Fintechs ganham espaço no funding imobiliário com poupança em queda
No último mês, a Makasí anunciou o lançamento de um novo Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) de R$ 120 milhões, voltado ao financiamento de projetos do MCMV. O produto, chamado de “Crédito para Exposição de Caixa MCMV”, oferece capital de giro às construtoras para viabilizar fases das obras que necessitam de caixa imediato. “Não é um crédito concorrente à Caixa, nos propomos a disponibilizar um crédito complementar aos projetos”, explica Caio Bonatto fundador e CEO da fintech. “A construtora precisa percorrer uma longa jornada no início do desenvolvimento imobiliário até acessar, de fato, o financiamento. Sem esta linha de giro, muitas empresas não conseguem nem lançar o empreendimento”.
6) Caixa contabiliza 190 mil simulações de crédito na nova faixa do Minha Casa Minha Vida
A recém-criada faixa 4 do Minha Casa Minha Vida (MCMV) gerou 190 mil simulações de financiamento no site da Caixa Econômica Federal, com 984 propostas já colocadas em andamento. O novo segmento do programa habitacional entrou em vigor na segunda-feira, 5. “O programa já demonstra a assertividade e aderência da proposta aprovada, considerando o volume de simulações já realizadas”, afirmou o diretor de Habitação da Caixa, Roberto Ceratto, em postagem nas redes sociais. Ele ponderou que o total de 190 mil simulações informado pode abranger mais de uma simulação por cliente. Ainda assim, o dado é considerado um sinal forte da demanda.
7) O agro é imobiliário e estimula oportunidades de investimento no Centro-Oeste
Com uma economia fortemente voltada para o agronegócio, a região Centro-Oeste do Brasil tem se destacado pela atratividade de investimentos, que são percebidos também no mercado imobiliário, impulsionados pela expansão urbana e pelo crescimento de centros regionais. Os lançamentos e vendas têm aumentado. Dados da Brain Inteligência Estratégica indicam que a região registrou 22.439 lançamentos residenciais em 2024, uma alta de 8,3% frente a 2023. Dentre os destaques estão Goiânia, com variação positiva de 22%, e Cuiabá, com crescimento de 129% em novos projetos no período.
8) Preços de aluguel em São Paulo e no Rio estão cada vez maiores – os descontos, cada vez menores
A média de descontos nas negociações de aluguel em São Paulo e no Rio de Janeiro atingiu níveis inéditos, refletindo o aquecimento contínuo do mercado. Em abril, a capital paulista registrou o menor desconto da série histórica desde 2020, com uma média de apenas 2,7%. No Rio, a ausência de descontos nos contratos fechados tem sido uma tendência crescente desde março. Enquanto isso, os preços aumentam Em São Paulo, a alta acumulada do aluguel em 12 meses está em um patamar próximo de 10% ao ano há quase dois anos, bem acima da inflação medida pelo IBGE. Além disso, os preços sobem ininterruptamente há 45 meses. O mesmo movimento acontece no Rio.
9) Pilar capta US$ 6,5 milhões para liderar vendas de imóveis de alto padrão
A proptech Pilar, que conecta corretores de imóveis de alto padrão, levantou US$ 6,5 milhões em uma rodada série A liderada pela gestora Alexia Ventures. Ap conta hoje com uma rede de 700 corretores e mais de 200 imobiliárias na plataforma, a Pilar tem focado na valorização dos profissionais, cobrando taxas de 10% a 25% das imobiliárias, enquanto o mercado cobra mais de 60%, além de ferramentas de gestão e base integrada de imóveis. Em 2024, a Pilar alcançou um VGV de R$ 2,5 bilhões, mais que o dobro do volume de 2023, com tíquete médio de R$ 4 milhões. Com o lançamento do portal e o início da parceria com incorporadoras, pretende alcançar R$ 4 bilhões no fim do ano.
10) Brasil tem menor número de nascimentos desde 1976, diz IBGE
Em 2023, o Brasil teve o menor número de nascimentos desde 1976, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados do Registro Civil divulgados nesta sexta-feira (16) mostram que, em 2023, foram registrados 2.518.039 nascimentos no país, um recuo de 0,8% em relação ao registrado em 2022. Foi o quinto recuo consecutivo. Para comparação, em 1976 foram 2.468.667, e, em 1977, 2.566.020. O IBGE destaca, no entanto, que os dados da década de 1970 podem estar subestimados, devido à maior subnotificação de nascimentos naquela época. A queda nos nascimentos é multifatorial, explica a pesquisadora do IBGE Klivia Brayner.
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Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.