O Comitê de Política Monetária (Copom) prevê um “período prolongado” da taxa Selic a 15% ao ano. A avaliação foi divulgada na ata, na última terça-feira (24), pelo Banco Central.

A taxa Selic teve alta de 0,25 pontos percentuais, passando de 14,75% ao ano para 15%, reascendendo o alerta no setor imobiliário. O novo patamar representa a maior taxa desde julho de 2006 e marca a sétima alta consecutiva da taxa de juros.

No entanto, de acordo com a avaliação do Copom, a alta recorrente será interrompida para “avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O Copom concluiu que a elevação de 0,25 ponto percentual da Selic era necessária devido à resiliência econômica, dificultando a convergência da inflação à meta, além de requerer “maior aperto monetário”.

Em nota, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) criticou a decisão do Comitê e afirmou que o mercado imobiliário vê o cenário com preocupação, visto que os juros elevados “restringem o acesso ao crédito, inibem investimentos produtivos e ampliam o custo da dívida para empresas e famílias – afetando diretamente o consumo, a geração de empregos e o crescimento econômico”.

A Associação ainda pontuou que, atualmente, o Brasil possui a 2° maior taxa de juros real do mundo e diante disso, “é importante que haja disponibilidade de funding ao setor imobiliário a taxas acessíveis”. “A construção de um ambiente econômico onde as taxas de juros possam se manter consistentemente em patamares baixos e estimular investimentos, promover o desenvolvimento do mercado imobiliário e garantir que mais brasileiros possam realizar o sonho da casa própria”, pontuou a ABRAINC.