1) Contrariando estereótipo de desapego material, jovens despontam nos financiamentos imobiliários

Contrariando o estereótipo de público desapegado aos bens materiais, entre os jovens de 18 a 30 anos, conhecidos como Geração Z, têm despontado o número de financiamentos imobiliários pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV) no país. A faixa etária mais do que duplicou o número de contratos no programa nos últimos anos, segundo dados de um levantamento feito pela MRV&CO para o Valor Investe. A Geração "Z" contempla os nascidos entre os anos de 1995 e 2010. Os dados mostram que essa geração mais jovem conquistou uma forte presença na realização do sonho de casa própria: a faixa etária, que há cinco anos representava 28,3%, agora é a maior parte dos contratantes do crédito imobiliário, com 61,4%. O levantamento foi feito utilizando contratos de 2020 até maio de 2025 da base de clientes da MRV, uma das principais do segmento MCMV.

2) Plano&Plano: ‘Não adianta construir imóvel de 40 m², com varanda, se cliente não consegue pagar’

Executiva de construtora Plano&Plano diz que diminuição dos apartamentos não é um demérito, mas uma estratégia para fazer moradia de qualidade para pessoas que precisam ter onde morar. Antes da pandemia, construtoras enquadradas no programa, como MRV, Tenda, Cury e Plano&Plano, tinham imóveis que variavam entre 41 e 45 metros quadrados. Depois da pandemia, buscando a maior eficiência dessas plantas, a média passou a ser de 32 a 37 m². Às vezes, dois ou três metros podem desenquadrar o imóvel do programa e do bolso do cliente.

3) Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando; SC tem maior ganho de população por migração no Brasil

Pela primeira vez desde o começo da série histórica, em 1991, o estado de São Paulo registrou mais saídas do que entradas de moradores vindos de outros estados, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27). São Paulo perdeu 89,5 mil habitantes no saldo migratório interno entre 2017 e 2022. O Rio de Janeiro também perdeu habitantes no saldo migratório interno, 165,3 mil pessoas deixaram o estado. Ambos os casos representam uma reversão inédita no padrão de redistribuição populacional. Na outra ponta, Santa Catarina se tornou o principal destino de migrantes no país, com saldo positivo de 354,3 mil novos moradores vindos de outras unidades da federação.

4) Haddad: Estamos dando últimos retoques em crédito imobiliário para a classe média

"O que está faltando acontecer é o crédito imobiliário para a classe média, que ainda é pequeno na comparação internacional - na casa de 10% do PIB. Tem país, como o Chile, que é 30%. Temos uma avenida para percorrer e estamos nesse movimento. Tivemos uma longa reunião com o presidente Lula para explorar novos instrumentos de crédito imobiliário com garantia, para que o juro seja baixo e possamos alavancar essa indústria, fundamental para o País", afirmou Haddad em entrevista exclusiva à TV Record. "É uma ideia muito interessante e está em desenvolvimento neste momento. Vem sendo gestada há muitos meses, ainda tem a reta final de ajustes, com o Banco Central, o Ministério das Cidades, a Caixa Econômica Federal. Estamos dando os últimos retoques", completou.

5) Galípolo defende debate sobre crédito imobiliário menos dependente da poupança

A queda estrutural da poupança no Brasil impõe a necessidade de se buscar um novo modelo para o financiamento imobiliário no país, disse Gabriel Galípolo, presidente do BC, ao comentar o Relatório de Política Monetária do segundo trimestre nesta quinta-feira. “O BC vem falando há bastante tempo de uma visão de queda estrutural da poupança”, afirmou. Essa queda, segundo ele, conversa com alternativas de aplicações muitas vezes mais rentáveis que existem hoje e sobre as quais a população tem mais informação e acesso. “Isso impõe a necessidade de se pensar em um regime de transição para um novo modelo de financiamento imobiliário, a gente entende que devia buscar alternativas de captação no mercado junto com outras alternativas”, afirmou. “Fica cada vez mais claro que a gente precisa migrar para um modelo de 'funding' que dependa menos da poupança.”

6) Câmara aprova MP do Fundo do Pré-Sal com autorização para o novo Minha Casa

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25) a medida provisória que amplia o escopo do Fundo Social do Pré-Sal, abrindo caminho para a criação de nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida. O texto foi aprovado por votação simbólica e segue para análise do Senado, onde precisa ser analisado até o dia 3 de julho, quando a MP perde a validade. Conforme mostrou a Folha, a expectativa no governo é que a venda do óleo seja capaz de gerar R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 15 bilhões em 2026. A iniciativa contribuiria para mitigar o cenário de restrição orçamentária.

7) Multipropriedade cresce 16,6% em VGV e aprimora modelo no país

O mercado de multipropriedades cresceu 16,6% em VGV no país entre abril de 2024 e o mesmo mês deste ano, alcançando R$ 92,6 bilhões. O segmento chegou a 216 empreendimentos — 16 a mais do que no período anterior — representando 42,5 mil unidades habitacionais e 1,2 milhão de frações. Os dados constam do relatório “Cenário do desenvolvimento de multipropriedades no Brasil — 2025”, produzido pela Caio Calfat Estate Consulting. Os imóveis estão distribuídos agora em 97 cidades, ante 89 do período anterior. A Região Sul lidera com 68 operações. Nordeste (63) e Sudeste (51) vêm em seguida. No país, o valor médio da fração está em R$ 75,9 mil.

8) Fora do radar, Brasil Terrenos já lucra duas Eztec no Brasil profundo

Voando abaixo do radar – e fora do eixo Rio-São Paulo – a Brasil Terrenos já faz o segundo maior lucro líquido da construção civil nacional, ficando atrás apenas da Cyrela. No ano passado, a companhia familiar – que faz loteamentos residenciais em 17 estados – faturou R$ 2 bilhões e fez um lucro líquido de R$ 1,2 bi, uma margem líquida de deliciosos 64%. Para efeito de comparação, a Cyrela lucrou no ano passado R$ 1,9 bi (com margem de 24,1%); a Eztec lucrou R$ 429 milhões com margem de 27,1%; e a Direcional lucrou R$ 728 milhões (21,1%). O segredo por trás das margens suculentas da Brasil Terrenos parece ser seu modelo 100% verticalizado, no qual a empresa é responsável pela prospecção dos terrenos, incorporação, construção, vendas, marketing, e até pela gestão da carteira dos clientes.

9) Pipeimob lança antecipação de comissão para corretores e imobiliárias

O Pipeimob, startup que desenvolveu o primeiro gerenciador de transações imobiliárias do Brasil, acaba de lançar um novo produto: a antecipação de comissão para corretores de imóveis e imobiliárias. Para solicitar o adiantamento, é preciso ter um contrato de compra e venda assinado e uma cobrança gerada dentro da plataforma do Pipeimob. É possível antecipar até 50% da comissão em um processo totalmente digital, sem burocracia ou análise no Serasa. O CEO da empresa, Roberto Nascimento, salienta que o produto nasceu de uma dor muito comum do mercado: o longo período entre fechar uma venda e efetivamente receber a comissão. Além disso, ele ressalta que, no mercado de terceiros, os corretores fazem uma venda a cada trimestre, em média. Com isso, esses profissionais encontram dificuldades para comprovar renda, acessar crédito no mercado tradicional e equilibrar o pagamento das contas.

10) Grupos empresariais diversificam e imóveis viram ‘porto seguro’

Grupos empresariais familiares, que atuam em setores tão diversos quanto farmacêutico e de telecomunicações, encontraram na atividade imobiliária uma forma de unir o útil ao agradável: seus acionistas já aportam capital no setor, mesmo que para uso próprio, e precisam diversificar seu patrimônio, para protegê-lo dos ciclos inerentes a cada atividade industrial. É cômodo, mas nem sempre é fácil. Esses ativos podem ser de vários setores, como galpões comerciais e logísticos, lajes corporativas ou apartamentos. O Valor procurou três grupos empresariais familiares com braços no setor imobiliário. Em comum, todos têm projetos de bairros planejados, que permitem unir essas estratégias.


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Caio Lobo, o incorporador



Caio Lobo é Diretor de Incorporações e Sócio da Mitro Construtora e Incorporadora, empresa sediada em Goiânia (GO) e especializada no segmento popular de habitação e no médio padrão. É formado em Engenharia Civil pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e é Pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Produz conteúdo sobre incorporações imobiliárias e mercado imobiliário para o canal @oincorporador, que conta com mais de 100mil seguidores nichados, é editor da newsletter IncorporaNews, professor no Curso Incorporações Imobiliárias Financiadas e é um entusiasta do mercado imobiliário.